Informativo nº 03/2008
31 de janeiro de 200806 de junho de 2008
SÉRGIO MAMBERTI AMANHÃ EM FRANCO DA ROCHA
(Repassando o convite de André Arruda)
Neste sábado (07/06), às 19 horas, o Secretario da Identidade e da Diversidade Cultural – SID, do Ministério da Cultura, Sr. Sérgio Duarte Mamberti, será recebido pela Câmara Municipal de Franco da Rocha. Entendemos que será uma boa oportunidade para a comunidade artística de toda região fazer-se presente para solicitar maior atenção daquele órgão, por meio de parcerias para fomento e difusão artístico-cultural, para estes grupos que, por não se encontrarem na Capital, não conseguem se inscrever em editais. Estamos elaborando um documento neste sentido, se tiver(em) alguma idéia, por favor, mandem-nas. E compareçam!!!
CIA TEATRO EM CARNE E OSSO SE APRESENTARÁ NO CEU PERUS
ENCONTRO REGIONAL DE REALIZADORES TEATRAIS
PARA FECHAR NOSSO INFORMATIVO DE HOJE GOSTARIA DE APRESENTAR O POEMA DE AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA, que me foi apresentado por André Arruda. Em tempos onde tantas barbaridades querem ganhar legitimidade, vai aí um poema grito para ajudar na nossa incansável caminhada. Aproveito para convidar a todos para enviar informações para alimentar este informativo.
A implosão da mentira
(ou o episódio do Riocentro – fragmentos)
Affonso Romano de Sant’Anna
1
Mentiram-me. Mentiram-me ontem
E hoje mentem novamente. Mentem
De corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
Que acho que mentem sinceramente.
Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes. Alegremente
Mentem. Mentem tão recional/mente
Que acham que mentindo história afora
Vão enganar a morte eterna/mente.
Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases
Falam. E desfilam de tal modo nuas
Que mesmo um cego pode ver
A verdade em trapos pelas ruas.
Sei que a verdade é difícil
E para alguns é cara e escura
Mas não se chega à verdade
Pela mentira, nem à democracia
Pela ditadura.
Evidente/mente a crer
Nos que me mentem
Uma flor nasceu em Hiroshima
E em Auschwitz havia um circo
Permanente.
Mentem. Mentem caricaturalmente.
Mentem como a careca
Mente ao pente,
Mentem como a dentadura
Mente ao dente,
Mentem como a carroça
À besta em frente
Mentem como a doença
Ao doente,
Mentem clara/mente
Como o espelho transparente.
Mentem deslavada/mente,
Como nenhuma lavadeira mente
Ao ver a nódoa sobre o linho. Mentem
Com a cara limpa e nas mãos
O sangue quente. Mentem
Ardente/mente como um doente
Em seus instantes de febre. Mentem
Fabulosa/mente como o caçador que quer passar
Gato por lebre. E nessa trilha de mentiras
A caça é que caça o caçador
Com a armadilha.
E assim cada qual
Mente industrial? mente,
Mente partidária? mente,
Mente incivil? mente,
Mente tropical? mente,
Mente incontinente? mente,
Mente hereditária mente,
Mente, mente, mente.
E de tanto mentir tão brava/mente
Constroem um país
De mentira
Diariamente.
MANDEM IDÉIAS PARA ALIMENTAR NOSSO INFORMATIVO