CONPOEMA Recebe…espetáculos em que a mulher é a porta-voz da cena
24 de agosto de 2015
O projeto CONPOEMA Recebe…de Setembro, traz para as cidades de Franco da Rocha e Francisco Morato dois monólogos teatrais gratuitos, em que as atrizes, que se inspiraram em contos brasileiros, transportam a literatura para a cena, onde ambos os trabalhos, a mulher é a porta-voz de dores e dissabores de sê-la.
Na sexta-feira, dia 04 de setembro, a Cia. COM-FÉ-SÓ estará em Franco da Rocha, compartilhando o seu processo de trabalho em uma oficina de contato-improvisão, durante a tarde, e apresentando seu espetáculo “Leontina”, durante a noite.
“A Confissão de Leontina”, conto da Lygia Fagundes Telles, retrata uma realidade muito brasileira: uma menina pobre, Leontina, nascida numa pequena cidade do interior (de nome sugestivo, Olhos d’Água), que foge para a cidade grande. Pouco letrada e “sem ter quem com ela se preocupe no mundo”, trabalha como dançarina de aluguel. Sofre as agruras da metrópole, até parar atrás das grades, de onde ela passa a narrar sua trajetória. O texto literário de “A Confissão de Leontina” não foi adaptado: a estrutura narrativa já se encontra pronta para se tornar um monólogo. “Leontina é um espetáculo de luz e sombras totalmente dedicado a realçar o texto e usar o melhor da capacidade dramática da boa atriz Erika Moura que, assim, faz brotar todo desencanto e toda carência desta mulher que só conheceu desamparo na vida. Não há dúvida, através do espetáculo é possível intuir que esta Leontina, irmã da Macabéa de Clarice Lispector e da Iracema de Jorge Bodansky, (…) é a personificação do miserável e do migrante ingênuo”.
Sobre a oficina:
A Cia. Com-fé-só foi constituída no final de 2007, com a vontade de pesquisar o texto/conto/palavra aliado ao trabalho de consciência corporal. Pesquisar o “corpo” do texto e o corpo do ator. Pesquisa de linguagem que une a fidelidade e a investigação da imagem de cada palavra do texto somado à um treinamento corporal de consciência. Um corpo capaz de potencializar cada palavra. Literatura e Corpo. Palavra de carne e osso. Um corpo de palavras/memórias. O desejo de fundar a cia. veio junto com a inquietação de entender o corpo da cidade de São Paulo, e os deslocamentos que permeiam o cotidiano na capital: deslocamentos no espaço – migração, desenraizamentos, desrumos; deslocamento social – exclusão, destituição, esvaziamento, não identidade; deslocamentos intrapessoais: personagens que estão nas ruas, homens e mulheres deslocados de seus lugares de origem e deslocados nos novos lugares onde tentam sobreviver. O objetivo dessa oficina é desenvolver um corpo leve, ágil e consciente, capaz de dançar/atuar o fluxo de uma improvisação/jogo/composição. A partir da prática/técnica da improvisação e da linguagem sensorial do toque, peso, deslize, pressão, apoio, através de rolamentos do Aikido, do contato Improvisação e da tranferência/troca de peso que leva aos carregamentos. Nessa espontaneidade, a liberdade pessoal é liberada, e a pessoa como um todo é física, intelectual e intuitivamente desperta. Isto causa estimulação suficiente para que o aluno transcenda a si mesmo – ele é libertado para penetrar no ambiente, explorar, aventurar e enfrentar sem medo todos os perigos. (SPOLIN 2001,p.5)
Data: 04
Local: Centro Cultural Newton Gomes de Sá – Av. Sete de Setembro, s/n, centro de Franco da Rocha/SP
Hora: 13h
Grupo: Érika Moura
Atração: Oficina de contato-improvisação
Hora: 20h
Grupo: Cia Com-fé-só
Atração: Espetáculo Teatral “Leontina”, com Érika Moura
+ Troca estética com Teatro Girandolá
No dia seguinte, o Espaço CONPOEMA, em Francisco Morato, receberá a performance teatral “Faca que não corta”, concebida e interpretada por Izabel Lima. “O Caso do Vestido” (poema de Carlos Drummond de Andrade) e “Caso você Case” (música de Vital Farias) foram os textos que serviram como disparadores para este trabalho que transita entre temas como amor, violência, abandono, solidão. O projeto surgiu como síntese das oficinas de teatro realizadas com jovens privados de liberdade que cumpriam medida socioeducativa e que participavam destes encontros semanais.
SINOPSE:
Personagem chamada NOIVA se prepara para aquele que acredita ser o seu grande dia: seu casamento. O público é o principal convidado para esta cerimônia e poderá testemunhar este dia cheio de memórias e histórias que se confundem, se perdem e que às vezes, nem aconteceram.
A atriz Izabel Lima, é formada pela Escola Livre de Teatro nos núcleos de formação de atores, dramaturgia, circo e direção. Integrou a Cia. do Latão como atriz e colaboradora do núcleo musical. Trabalhou com a Cia. Transe Express (França) dirigido por Brigitte Burdin e Gilles Rhode e na ZKM Centro de Arte e Mídia de Karlsruhe, MünchenerBienalle (Brasil/Alemanha). No cinema atuou no filme “GAROTAS DO ABC”, direção de Carlos Reichenbach, na tv atuou em “DOLORES DURAN – POR TODA MINHA VIDA” dirigido por João Jardim e exibido na Rede Globo. Atualmente, integra o coletivo de artistas do Condomínio Cultural.
Data: 05 de Setembro
Local: Espaço CONPOEMA – Av. São Paulo, 965 – Vila Suíça – Fco Morato/SP
Hora: 20h
Com: Izabel Lima
Atração: Performance Teatral “Faca que não corta”
O CONPOEMA Recebe é um projeto da Associação Cultural CONPOEMA, realizado mensalmente desde 2009, com recursos próprios, e nesta edição conta com o apoio da Secretaria Adjunta de Cultura de Franco da Rocha e do ProAC – Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.
Mais informações:
11-44888524
www.conpoema.org