A Máscara
17 de julho de 2015A máscara, somente poderá ser vestida,
Quando em uma noite fria de novembro marcar o início da vingança.
O som da marcha de quartetos, sonetos e solistas,
Queima em minha alma em alegoria,
Ao meu redor e a volta dos que enxergam.
Pensar que ainda não chegou a data,
Quando fogos de artificio podem brilhar em seu espetáculo.
Talvez o dia tão logo cesse, e nem a rosa ou a espada,
Impeça-os de perecer diante da pólvora e das máquinas.
Pois estão trajando, não a armadura, não a carapaça, mas sim a tão bela máscara.
Vestem o sorriso, amigável para quem inimigo é, triste e solitário para quem amigo já foi.
Para os amigos de verdade, uma orquestra tocará,
Em refúgio dos teus olhos, imperceptíveis e sombrios.
Não há corpo, não há cor.
Apenas uma ideia, terrível e cheia de rancor.
A vida é muita bela e cheia de prazeres,
Mas sem caos, tão ordinária és, quanto um cativeiro.
Feliz daquele que a seduzir.
Ai daquele que a ama.
Sagaz daquele que a abandona.
Para aqueles que preferem o manto ao invés da máscara, o azar.
Para aqueles que a vestem como um manto, a culpa.
Para aqueles que a vestem, a ideia em seu ideal,
Lançada em prantos, sob moedas que não podemos distinguir,
Qual face desejar, se pela vida ou pela morte ou talvez pela dor, a face…
A sorte.
Tempo é este, eterno.
Os ponteiros caminham não querendo parar.
Ideias se calam, se movem, se moldam.
Mortais podem travar lutas, batalhas e guerras.
A vitória e derrota vem para todos, até mesmo para os que a vestem.
Mas nem ideal, nem força bruta, não conseguem se rebelar contra a força e a bondade do tempo.
A ideia não poderá mais ser partilhada.
A força não poderá mais ser exercida.
As batalhas não mais poderão ser travadas.
No entanto, ela, algoz enviada da justiça e do rancor,
Permanecerá, esperando pelo seu próximo álter ego.
Assim todos que um dia hão de esquecer,
Com muito pesar e terror se recordarão,
De seu sorriso, sua elegância e imponência,
Todos acordarão.
Mesmo quando apenas um beijá-la em seu interior,
O palco estará novamente montado.
As cortinas se abrirão,
Ela com seu sorriso galanteador,
Viverá mais uma história.
No final, apenas…
A máscara.