A Máquina

A Máquina

17 de julho de 2015 0 Por Gilberto Araujo

Quando e sempre
Em movimento
Passa e trespassa
Quem fica se esvai
Se frágil quebra-se
O diálogo à calma
Sonhos e almas
Em loucuras banais.

Com seus vapores
Inferno trás
De seus parafusos
Chuva que não
Se desfaz
Fios elétricos
Os guiam
Horas sem paz
Minutos sem ter
A pressa não querem
Mas não há querer.

Alguns sorrisos
Ainda insistem
mas nada podem
Fazer ou se impor
Pois são esmagados
Por ela, a megera
Dos dias, os anos…
A vilã dos pontos
De qualquer visão.

Saudades enfim
Quando outrora
noutro plano
não vendiam
O tempo à pressa
A festa à depressão
O amor à raiva
O sofrer ao perdão…
Enfim saudades…
Talvez nostalgia
De épocas aquelas
Quais já vivemos
Podemos viver
Ou não vivenciar
Apenas não mais.

Bons tempos
Velhos hábitos
Uma vez era
E como fora
Tão vívida
Na bela época
Cidade…
Hoje portanto
Infeliz no entanto
Colhemos prantos
Enquanto não
Vivemos mas sim
Sobrevivemo-nos
Nela, impiedosa…
Maliciosa, mácula…
Máquina.