Os Gestos, por Osman Lins

14 de junho de 2011 0 Por Gilberto Araujo

“Do silêncio que se fizera em seu espírito, ele sentiu, à maneira de reflexo que abandonasse um espelho, destacar-se um outro ser, ligado aos seus sentidos, mas alheio às paredes. Modelou toda a copa da árvore semi-invisível, o tronco, a inchação das raízes; as pedras úmidas, além; outras folhagens, um telhado escuro, a erva rala junto ao muro rachado _ coisas fugidias, a fasciná-lo com sua consistência de sonho. Fechou os olhos, isto não alterou a contemplação. Com aterrorizada alegria, sentiu-se disperso, livre na vastidão da manhã.”

Fonte: Osman.Lins.nom.br