Destino – Mia Couto e E. Munch

22 de maio de 2012 0 Por Gilberto Araujo

à ternura pouca

me vou acostumando
enquanto me adio
servente de danos e enganos
vou perdendo morada
na súbita lentidão
de um destino
que me vai sendo escasso
conheço a minha morte
seu lugar esquivo
seu acontecer disperso
agora
que mais
me poderei vencer?
Mia Couto


Uma reflexão sobe nossa condição seres mortais e passageiros neste tempo, nas palavras de Mia Couto e na pintura de Munch. Vejo assim, uma complementação de olhares, prismas de uma mesmo destino, a que todos nós estamos presos.  

imagem:
Edvard Munch
Melancolia, 1891