Manifesto contra o racismo no Banco do Brasil
11 de fevereiro de 2011É absolutamente vergonhoso que demonstrações de estupidez e mediocridade deste tipo ainda aconteçam em nosso país, ainda mais na cidade que gosta de se auto proclamar como “a mais desenvolvida do país”. Fica aqui o nosso apoio. Apoie você também, não vamos deixar a estupidez ganhar chão!
Segue abaixo, texto do poeta Sergio Vaz da Cooperifa sobre o ocorrido e em prol do “Manifesto contra o racismo no Banco do Brasil” (pescado diretamente do blog do Quilombaque)
James Banthu |
LUCIANO DIMIS DA SILVA foi à agência do BANCO DO BRASIL, situada à Rua Rego Freitas, n. 530, República, São Paulo-SP, no dia 09 de fevereiro de 2011, por volta das 14h30, para descontar seu salário pago em cheque pela Ação Educativa no valor de R$ 504,00 (quinhentos e quatro reais). Na porta giratória que dá acesso aos caixas do Banco – onde descontaria o cheque e receberia o dinheiro em espécie – foi diversas vezes barrado: não havia armário para colocar sua mochila, em que levava um computador portátil (Laptop).
Após abrir várias vezes a mochila, todos os bolsos e mostrar que não levava nenhum objeto que oferecesse risco à segurança do banco, os seguranças ainda assim o impediram de entrar. Enquanto estava com a mochila apoiada no chão e aberta, a segurança feminina que estava ao seu lado chamou um Policial Militar que passava fora da agência.
O Policial Militar, por sua vez, revistou novamente sua mochila, onde não achou nada. Após LUCIANO DIMIS DA SILVA perguntar para o PM se ele podia entrar na agência, ele disse “vamos para o canto para eu te revistar”.
Determinou arbitrariamente que ele fosse até a parede e colocasse suas mãos na cabeça, quando o revistou, no saguão interno do banco, ao lado dos caixas. No canto, disse em tom agressivo, com o dedo em sua cara, coisas do tipo: “Você precisa me respeitar!”, “Coloca a mão para trás!”, “Cala a boca!”, “Se eu quiser, se eu mandar, eu posso até te deixar pelado aqui!”, “Só fala depois de mim; cala a boca!”, “Se você não calar a boca, eu vou te algemar aqui!”. Neste momento, sentou-se no chão, pois suas pernas estavam trêmulas, e continuava recebendo ordens e “lições de moral” do Policial.
Após todo esse embate, LUCIANO não tentou mais entrar no Banco, nem receber o dinheiro de seu cheque, o que está provado pela cópia que acompanha este documento. O Policial Militar disse: “isso aqui não problema de cor, de religião, nem de nada.” ao que o LUCIANO respondeu:
“Quem está falando em cor aqui é o senhor!”. Saiu do banco humilhado e atordoado, esqueceu seu RG, que estava com o Policial, e que teve que voltar para pegar.
O impedimento de entrar no Banco seguido das inúmeras humilhações às quais foi submetido são completamente injustificados – dado que ele não levava nenhuma arma ou instrumento que pudesse colocar o Banco em risco – e não se negou a abrir a sua mochila para mostrar o conteúdo.
*Se ele não oferecia nenhum risco a segurança do banco, já que não estava armado, por que foi proibido de entrar? Racismo!
Assine o manifesto que vamos encaminhar as autoridades competentes e ao Banco do Brasil:
Assine o Manifesto e saiba mais aqui:
http://colecionadordepedras1.blogspot.com/2011/02/manifesto-contra-o-racismo-no-banco-do.html#comment-form
Nesta quinta-feira, 9, foi realizado um ato político na agência bancária para que o cheque fosse descontado, mas que a Agência Bancária visse que não é normal este ato discriminatório. James entrou na Agência acompanhado pelo advogado Ibraim e por dois correntistas do Banco do Brasil, entre eles o Júnior do Circulo Palmarino. Entrou apenas com o RG e o cheque e deixou sua mochila com seus amigos na porta do Banco. Um policial que estava a paisana, mostrou seu distritivo aos seguranças do Banco e entrou armado dentro da instituição, sendo que a porta nem apitou. Debora Marçal tentou fazer a mesma coisa, entrar com a sua bolsa, mas automaticamente foi barrada. O advogado Ibraim entrou portando celular e chaves, mas a porta não barrou.
Resumindo, o James descontou o cheque e foi aplaudido por seus amigos, coletivos culturais presentes e ativistas dos Direitos Humanos. E a gerente da agência disse várias vezes que o Banco só fez o seu procedimento normal. NORMAL????
Próximo passo serão medidas judiciais. O caso já foi registrado no
DECRADI – DELEGACIA DE CRIMES RACIAIS E DELITOS DE INTOLERÂNCIA
Rua Brigadeiro Tobias, 527, 3º andar (próximo à Estação Luz do metrô)
das 9h às 19h (11) 3311-3985
Saiba mais aqui:
http://mjiba.blogspot.com/2011/02/racismo-no-banco-do-brasil-agencia-rego.html