Está em vários lugares
21 de junho de 2011Está no oco da cabaça
no desfecho da desgraça
na razão da displicência
ou, talvez, da existência
Está no gole de cachaça
no travesseiro da massa
no fim da tolerância
braço dado à discrepância
Está nas asas do canário
guardada dentro do armário
na caneca matutina
e por debaixo da batina
Está na causa da vertigem
e entre as coxas duma virgem
está na mente desvairada
oprimida, apertada…
Está prestes a explodir!
Está nos subúrbios e nos centros
na hipotenusa e nos catetos
qualquer hora chega aqui!
Está nos livros de história
nos cânticos de vitória
e no tiro de canhão
Está em Vênus e em Marte
está no anseio da arte
essa vontade de Revolução
Que maravilha, George!
Arrisco dizer, sem medo de errar, que este já é, ao lado de "Chamamento à revolução", do André Arruda, os maiores candidatos a hino de todos os Desvairados deste lado de cá das terras do Barão de Mal-Há.
Um forte abraço e parabéns pelo ótimo poema!
Em verdade, creio, que já chegou por aqui…