Meretriz

Meretriz

24 de junho de 2011 0 Por CONPOEMA

Sou na noite a bela dama

Na madrugada, uma atriz

Meu mundo, faço na cama

O destino assim me quis

Sou rubra rosa desfolhada

Por muitos já fui amada

Rainha do desvario

Sou pantera machucada

Sou ovelha desgarrada

Sou a fêmea descarada

No cio

Levo santos ao inferno

E demônios ao paraíso

Se os faço perderem o juízo

Ou é sem querer, ou é por capricho

Na família, desonrada

Na igreja, excomungada

No mato, bicho arredio

O prazer de mim exala

E quando a voz se cala

Após urros de orgasmo arrebatador

Está certo que acabou

Pego o dinheiro, faço a trouxa

E não digo pr’onde vou

Sou amante do perigo

A ninguém chamo de amigo

Um barão assim falou:

“Se tu viesses comigo”

Viveria para ti

Viveria do teu calor”

Coitado, mal ele sabe

Que não me conquista com frases

Que não me comove o amor


Se me encontrares num beco

De saia curta, salto alto

E batom cor de carmim

Não te enfureças, não te enciumes

Não me grites, não te mates

Ganho a vida assim

A virgens, sou donzela

A corrompidos, meretriz