Megaló(mania)pole

Megaló(mania)pole

26 de junho de 2011 2 Por CONPOEMA


Rompe a aurora

salto da cama e começa a correria

… Outro dia de labuta

sou mesmo um filho da…

Não! Minha mãe é boa gente


Lá vem o “cara de lata”

entro junto à manada

como sempre, não sentei


Passa ponte

Passa poste

Passa carro

e carreata

Passa prostituta

debruçada

na janela

Que vontade

de chorar!


Ah, “cidade que nunca para”!

Em meio a olores e odores

Calçadas quase limpas

Quarentonas quase lindas

Piriguetes quase nuas

Minha vida? Quase bela

Atravesso a avenida

me deparo: Que tetéia!


A megalópole apresenta

tantas caras diferentes

cada cara carrancuda

cada cara desconsolada

cada cara escura

outras caras são amassadas

com rugas ou como o pêssego

todas elas são ornadas

com olhos, nariz, boca e orelhas

em cada cara, dum jeito


Cada canto que eu olho

vejo coisas diferentes

tantas coisas

tantas cores

todo mundo, muita gente


Isso é mistura

Isso é bagunça

Isso é Sampa


Não fico nem mais um minuto aqui!

Vou voltar pra minha terra

me espera, Juquery