Devaneios de um balconista

27 de junho de 2011 0 Por CONPOEMA


A vida passa na avenida

todos os dias

seguindo a rotina

Cada rosto

Cada carro

Cada passo

sei de cor


Doces donzelas

desfilam singelas

Homens fardados

marcham zangados

Jumentos conformados

trotam cansados


Todos os dias

seguindo a rotina

tomam café na padaria

Cada gole

Cada pão

Cada soma

sei de cor


Alagoanos, baianos

circenses, ciganos

artistas, mulambos

biscates, comadres

padres, compadres

moribundos, vagabundos

malandros, pinguços

Personagens sortidos

papos furtivos



A vida é tão cheia de graça

do lado de lá do balcão