Inezita Barroso completa 88 anos e recebe merecida homenagem

Inezita Barroso completa 88 anos e recebe merecida homenagem

5 de março de 2013 0 Por CONPOEMA

O Brasil sempre teve o péssimo hábito de somente reconhecer, valorizar e homenagear as pessoas depois de mortas, mas aos poucos parece que isso vai mudando. Nesta ultima segunda-feira (04/03), Inezita Barroso completou 88 anos e recebeu uma merecida homenagem da TV Cultura, onde ainda hoje, incansavelmente, comanda o programa “Viola, minha Viola”. Pra falar a verdade, foi pouco para o tanto que esta mulher representa para a cultura e sociedade brasileiras. Ícone da música caipira, cantora, atriz, instrumentista, folclorista, professora, doutora Honoris Causa em folclore e arte digital pela Universidade de Lisboa e apresentadora de rádio e televisão brasileira, a mulher é um verdadeiro patrimônio cultural brasileiro.

Seu trabalho colaborou e colabora para que a cultura tradicional brasileira não se perca de vez, mantendo acesa a chama (por vezes uma pequena brasa) do gosto pela cultura caipira e seu conhecimento ancestral. Se a cultura brasileira deve muito a Inezita Barroso, que dirá o atual Sertanejo, que encontra o pouco de justificação e base, na aproximação (muitas vezes forçada) com a cultura caipira que ela defende. Pensando bem, cada cantor, dupla ou músico sertanejo deveria, no mínimo, ter em seu quarto ou camarim uma foto dela, uma de Antônio Cândido, Rolando Boldrin e outra do Tonico e Tinoco, junto a qual acenderia uma vela sempre que fosse realizar algum show.

Pessoalmente, minha maior lembrança ligada a “Dama máxima da cultura caipira” remonta às manhãs de domingo de minhas férias de criança em que, ao lado de meus saudosos avós paternos assistíamos, igualmente saudosos, ao “Viola, minha Viola” antes de minha avó preparar o almoço. E era curioso sair da casa de meu avô e ver nos bares, varandas e esquinas aquele mesmo mundo que via à pouco representado na televisão; onde, na roda de conversa, alguém sacava um violão ou viola e começava a “puxar as modas” clássicas e prediletas. O sotaque (o natural, não esse forçado que tem alguns artistas hoje em dia) também era bonito de se ver nesse interior paulista que, infelizmente, vai cada vez mais se perdendo e esquecendo no tempo.

Fica aqui, então, nosso registro e parabéns a Inezita Barroso pelos anos e, principalmente, pelo belíssimo trabalho (ainda que dificilmente ela vá ver isso aqui… 🙂 e confira abaixo a homenagem que a TV Cultura realizou para esta incrível pessoa. Tem alguns ali que não fazem a menor ideia do que e pra quem tão falando e, na real mesmo, só estão tentando se promover, mas chamo a atenção para os verdadeiros monstros da música e televisão brasileira (alguns até desconhecidos) e para o sincero respeito da maioria. Vai, Jão! Toca aí… “Com a marvada pinga // É que eu me atrapaio (…)”.

E pra matar a sardade:

Com informações do IG e Wikipedia.
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