Aconteceu o 8º FLIGSP, em Rio Preto.
1 de fevereiro de 2016Desde junho de 2013, nós da CONPOEMA, temos acompanhado e nos unido ao trabalho desenvolvido pelo FLIGSP (Fórum do Litoral, Interior e Grande São Paulo – Artes e Políticas Públicas), foi a partir desta vivência e observação no modo como ele se organiza, as pautas tratadas, avanços e também a realidade dos grupos, é que nos interessamos por também integrar um Fórum regional, que realizasse encontros mensais, e que pudesse alimentar as discussões e levar as demandas dos artistas que por aqui vivem, para que pudéssemos ter mais forças para agir localmente.
Após a confererência municpal de Morato em agosto de 2013, nasceu o Fórum Permanente de Cultura da Bacia do Juquery, que tem possibilitado a construção de uma rede de produtores e artistas independentes que propõem a criação de políticas públicas para as artes nas cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato, Mairporã e Caieiras.
E neste fim de semana, nós da Associação Cultural CONPOEMA, e a 8Cultural, de Mairiporã, também integrantes do Fórum da Bacia do Juquery, fomos até São José do Rio Preto, participar do 8º FLIGSP.
Foram três dias de imersão e troca entre mais de 100 artistas e produtores, representando 32 cidades, com discussões bastante aprofundadas após a palestra do filósofo Luiz Fuganti, que provocou os artistas sobre o conceito de arte pública e a função do artista quanto pesquisador e criador de novas realidades, na abertura do evento.
O debate superou a emergência das discussões ténicas dos editais, e se fundamentou na reflexão sobre a atuação do próprio FLIGSP, com um panorâma das conquistas do movimento, a sua potência como representante do pensamento teatral do interior, além de passar também pelas discussões de caráter de construção crítica a cerca dos programas do Estado, e proposições para melhoria e criação dos programas e leis estaduais para cultura.
Os grupos de trabalho saíram do 8º Fórum com a missão de levar a diante as demandas destes 108 artistas, como a possível criação de novos editais que contemplem a produção de espetáculos de rua, circulação de música, o aumento da verba injetada em editais como o ProAC Festivais, Artes Cênicas na Rua, dentre outros, além de reivindicarem a maior transparência nos programas como Circuito Cultural Paulista e Virada Cultural Paulista, com possível seleção pública e representatividade de membros do interior nas bancas avaliadoras e a reiteração da necessidade de cotas em todos os programas do Governo do Estado, com 50% destinadas ao interior, como reparação histórica, a fim de equiparar os investimentos entre a Capital e Interior.
Essas são algumas das proposições levantadas, que ainda serão avaliadas pelos grupo de trabalho de articulação e levadas posteriormente à Secretaria de Estado da Cultura.
O FLIGSP atuou nos últimos anos maciçamente junto a outros movimentos culturais da capital e interior paulista para melhor distribuição das verbas do ProAC, e vemos claras mudanças com sua atuação, que começou a partir de 2007. De 2005 para 2013 a verba passou de 22 para 30 milhões para os editais, em 2014 o aporte foi para 44 milhões, porém no ano de 2015 o Governo contengenciou, chegando aos artistas apenas 40 milhões. Também foi o FLIGSP que conseguiu cotas de 50% para os projetos do interior nos editais e 50% de avaliadores do interior nas bancas.
O orçamento do ProAC editais previsto para 2016 é de 53 milhões, mas a nossa luta é permanente. É necessário que juntos lutemos para que mais verbas sejam destinadas aos editais, democratizando a sua distribuição, garantindo o aporte direto aos grupos, dando mais autonomia às criações artístiscas e valorizando as produções de interesse público.
Essas discussões não findam em três dias, elas são motores para o trabalho durante todo o ano deste Fórum que se encontra presencialmente uma vez, mas que todos os dias se movimenta virtualmente, e em seus grupos de trabalho, que fazem reuniões com a Secretaria de Estado da Cultura, vão até a ALESP (Assembléia Legislativa de São Paulo) e cravam inúmeros diálogos que possibilitam a mudança do cenário cultural do estado de São Paulo.
E para nós, aqui da região da Bacia do Juquery, que saímos de Rio Preto fortalecidos por nos encontramos com nossos pares, colaborando para potencializar nosso trabalho local, para nós começou uma nova etapa, já começou a fase de colocarmos a cabeça e o coração para funcionar para estruturarmos o formato do 9º Fórum do Interior, e produzir o melhor que pudermos, agregando ainda mais pessoas nesta caminhada. Em 2017 o FLIGSP será sediado na nossa região, e desde já convidamos vocês a nos darem as mãos, assim como encontramos boas mãos nos amigos da 8cultural de Mairiporã, que também acreditaram que isso seria possível.
Vem com a gente?
O próximo encontro acontecerá nos dias 27, 28 e 29 de janeiro de 2017, e participar é sempre um grande aprendizado.
As cidades representadas no 8º Fórum do Interior, Litoral e Grande São Paulo foram: Avaré, Bebedouro, Campinas, Caraguatatuba, Catanduva, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Hortolândia, Indaiatuba, Jales, Mairiporã, Mirasol, Mogi Guaçu, Monte Aprazível, Osasco, Piracicaba, Poá, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, São Sebastião, São Simão, Sertãozinho, Suzano, Tanabi, Taubaté, Vinhedo e Votuporanga.
Ótimo, relato, Meire! Sobretudo pra quem não pode ir como eu. Beijo e obrigado!