Era uma vez um Parque chamado Pretória
5 de outubro de 2015Sábado, dia 03, foi dia de se despreocupar, do chão subir poeira de tanto pular, de criar brinquedo e de brincar, foi dia da gente reavivar a criança que mora dentro de cada um. Foi o primeiro dia da circulação do nosso Conto de todas as Cores por Franco da Rocha, e posso dizer que foi muitíssimo especial!
O Teatro Girandolá desembarcou lá perto do bar da Bel – que também é perto da minha casa, ali no Parque Pretória. Eu desci a pé, me emburacando pelos escadões, até chegar em uma rua sem saída, com uma faixa e uma tenda que confirmavam o local, na frente da casa do menino João, que passou a tarde toda com a gente.
Aos poucos, um a um do nosso grupo foi também chegando, já tinham algumas crianças por lá, mas quando começamos a colocar as lonas no chão, aí apareceu um bocado, todas prontas para ajudar, tudo o que fosse pra carregar, almofadas, banners, livros…e assim começou a nossa amizade.
Logo, o Gil, tirou de sua maletinha alguns bicos de plástico de detergente, e já estava ensinando a molecada a fazer pião, e tudo o que ele pedia, tinha. Faca, tampinha de garrafa, cadeira, balde, lacre de pet, era aquele corre-corre pra buscar, em casa, ou mais a frente, jogados pelas ruas, encostados nas guias, e os meninos transformavam lixo em brinquedo. E logo, estavam rodopiando.
A tenda ganhou muitos livros espalhados pelo chão e pendurados, enfeitando e convidando a criançada para ler, e teve papel e muito lápis de cor, que desenharam flores, meninas, lugares coloridos, e davam espaço para a imaginação.
Descobrimos que aquele era um bairro repleto de crianças, onde todos se conhecem, e elas não paravam de chegar, filas começaram a se formar para saciar as barriguinhas, pipoca e algodão doce, era à vontade.
E que vontade danada de brincar!
Se o bairro tem Parque no nome, é pra brincar!
Elas rolavam na lona, se penduravam pelos muros, corriam, ajudavam a arrumar o cenário que estava sendo preparado para a apresentação de teatro, que logo ia começar.
– Teatro?
Alguns disseram já ter visto na escola, num passeio, mas não sabiam bem o que era, a maioria nunca, não, achavam mesmo que tiraríamos um pula-pula do carro.
Pulamos muito, mas no chão, para aquecer, pra começar a peça de teatro.
– Você tá falando inglês?
Mas era um vocalize pra deixar a voz afinadinha.
Música? Virava brincadeira. Alongamento? Brincadeira.
Dança? Brincadeira. E o teatro? Foi pura brincadeira!
Uma brincadeira de ouvir história, de gargalhar, de conhecer uma menina e um cachorro danado, e de querer ter um avô que faz do café da manhã diversão. Uma brincadeira que se brinca sentado, olhando, mas que tem hora que dá vontade de entrar. Uma brincadeira que dá pra se fazer em muitas pessoas, que é de fazer voz diferente, que se vê lá alguém que parece a professora da gente.
Uma brincadeira tão legal, que no final pode aplaudir!
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Essa deliciosa experiência só foi possível porque a Secretaria Adjunta de Cultura de Franco da Rocha pensou em uma ação para contemplar sete bairros da cidade com atividades em comemoração ao mês das crianças.
Nós ainda vamos nos divertir em outros parques!
Neste fim de semana tem mais! Dia 11, estaremos Parque Montreal – Rua Otawa (próximo a EMEB Aloísio de Azevedo) e, no dia das crianças, dia 12, estaremos no Jardim Alice – Rua Milton José Mourão (No campinho de Futebol).
Até o fim do mês tem muita diversão!
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Há muito eu não via um movimento cultural tão consistente e emocionante como este. Que grata surpresa quando acompanhe texto e fotos. Franco da Rocha, que já foi celeiro de artistas num passado não muito distante, e que me parecia morto e estéril, respira sim!, e vive. Que alívio! Me acompanhem no Facebook, onde eu publico um pouco do que esrevo.
Obrigada, Alcir, pelo comentário! Fico feliz de que esteja acompanhando nosso trabalho, ele é feito com muito carinho e com o desejo de que contribua para a transformação da realidade social destas cidades! Vou procurar seu perfil pelo facebook para mantermos contato!
Forte Abraço!