Sobre história, memória e sobreviventes.
13 de agosto de 2015O Teatro Girandolá integrou a programação da primeira Mostra de Teatro de Heliópolis, e apresentou o seu espetáculo “Juquery: memórias de quase vidas” no último sábado, dia 08 agosto, na sede do Grupo de Teatro de Heliópolis, realizador da mostra, um prédio histórico que sobrevive à especulação imobiliária da capital paulista.
Era também sobre prédios históricos, sobre memória, e sobreviventes, que o espetáculo queria tratar, sobre a pressão exercida pelo poder econômico, que quer suprimir tudo o que não gera riqueza e excluir todos aqueles que possam parecer possíveis impedidores do sucesso material.
A mostra que tinha como objetivo colocar a periferia em cena, pôde contribuir para que o público conhecesse a respeito da formação e história de uma das regiões com maiores índices de vulnerabilidade social do estado de São Paulo, e que sofreu durante sua trajetória com a violência de um estado que lhe empurrava dezenas de prédios de instituições de privação social, como hospital psiquiátrico, manicômio judiciário, penitenciárias, fundações Casa, etc.
O diálogo, através da arte, com comunidades de outras periferias, possibilitado pela mostra, colabora fortemente para a construção de um pensamento coletivo e crítico sobre a nossa realidade, os saberes e experiências partilhadas fazem com que compreendamos melhor as estruturas invisíveis da nossa sociedade, e fazem com que entendamos por que estamos onde estamos. A partir daí, do reconhecimento de quem somos, e dos nossos pares, podemos pensar pra onde desejamos ir, que rumo queremos tomar, que futuro desejamos para nossa comunidade e cidade.
[slideshow_deploy id=’7759′]
A apresentação contou com a presença da comunidade, de representantes de grupos que participaram da mostra, dos artistas e realizadores da mostra e de críticos de teatro, que produzirão resenhas sobre o espetáculo, que em breve estarão disponíveis para leitura também por aqui.
Desejamos uma vida longa à Mostra de teatro de Heliópolis, parabenizamos os realizadores pela organização, disponibilidade, e agradecemos o carinho com que receberam o grupo, e desejamos ainda que nossos trabalhos possam se cruzar muitas outras vezes!
Evoé!
Fotos: André Magno Filho.