Prelúdio | Ode à loucura
1 de março de 2014
A loucura é uma mãe
A loucura é uma irmã
No afã de abraçá-la
Danço, embalo, faço a mala
Caço a lua e faço tudo
Da noitinha até a manhã
Mas me falta competência
Siso, fé, inteligência
Pra chegar até ali
Então busco subsídios
Bons conselhos e alívios
Nos sábios do Juquery
E corro e pulo e canto e grito
Vôo e brinco e faço e agito
Faço o que não me convém
Mas não alcanço a metade
Da santa e louca verdade
Que naturalmente eles têm
Pois ser louco é um regalo
“de estalo” para poucos
Não considerados sãos
Já que na sanidade, ao que parece
Que neste mundo perece
Não falta na desrazão.
André Arruda