A dois graus

12 de junho de 2012 0 Por Gilberto Araujo
O Beijo | Gustav Klimt
(1907 – 1908)
É um querer estar
Sempre e tanto, o tempo todo
Preso no filme de nós dois
É um estar repleto
um distraído riso bonito
Que se figura em abraço aconchegante
Um abraço como laços
Carregados de fotografias
Alinhadas em cenas de chuva fina
É uma respiração em rodamoinho
Miscelâneas, tramas de olhares
Em desenhos marcados no ar
É um pouco de sol que es vai
Pincelado com aquarela na brisa da tarde
Para uma noite que vem entrelaçar nossos corpos
Somos pulsos ininterruptos
Lascivos transgressores
A dançar nosso tango libertino
É um desejo latente
Que pulsa amplificado
Pelos poros insaciáveis
Um estrondo em silêncio
Quando olhos ávidos
Se encontram incandescentes em primeiro plano
É um sentir-se inebriado
Que arrepia a pele
Água na boca de mais e mais ardor
É um estar juntos
Feito que somos um
E ainda que distantes um mesmo pensamento