Depoimento | Mariana Moura
26 de janeiro de 2012Mariana Moura
Cerimônia de batismo | 24 e 25 de Janeiro de 2012Terra cheia de energiaO desprendimento é fundamental, se livrar dos problemas e tudo o que o dia a dia traz pro nosso corpo, pra nossa alma… Ir com a alma liberta, celebrar com todos o momento. Descobrir e sentir tudo o que tem de rico nessa cultura totalmente diferente da minha, entrega é a palavra. Foi nesse pensamento que me preparei para ir ao batismo indígena e vivenciar uma noite com esse povo tão simples e encantador. Horas antes eu me concentrei, mas nosso cotidiano realmente é difícil de esquecer, porém tentei me limpar de tudo.
Chegando lá senti algo no ar, diferente das outras noites, antes de entrar na casa de reza eu já sentia o cheiro de fumo, um cheiro que me instigava a entrar, entrei e me sentei, então veio uma noite única e cheia de sensações, tudo diferente do que eu já havia sentido, percebi como estou sensibilizada com essa pesquisa.
Muitas crianças, muitos líderes, muitos petynguas, muita gente, muita fumaça e muita vontade de estar ali, de se alimentar da energia contagiante que tinha naquele espaço, lugar sagrado e respeitado por todos. Foi difícil me entregar e conseguir celebrar por inteiro aquele acontecimento com eles, mas a vontade veio, principalmente nos momentos das danças.
O batizado começou, a casa de reza cada vez mais lotada de índios e juruás, depois de um tempo observando o ritual, o William veio me perguntar se eu queria ir lá na frente e receber a benção do pajé, eu não esperava por isso, foi surpreendente e quinze minutos depois eu, Mariana, passei a ser conhecida entre eles como Kunhan Ju, que segundo o Pedro significa Deusa das Estrelas, então meu mundo pequeno começou a enxergar novas possibilidades, novos cheiros, novos sabores e novos olhares.
Pela primeira vez, eu imaginei e senti um pouco da força de Nhanderu, que os moradores da aldeia sempre falam, que está presente em todas as músicas e na vida desse povo. E por mais que eu não tenha conseguido curtir aquele ritual inteiramente, a fumaça me transformou, a terra, o ar, as crianças, os cabelos, algo dentro de mim mudou.
Chegando lá senti algo no ar, diferente das outras noites, antes de entrar na casa de reza eu já sentia o cheiro de fumo, um cheiro que me instigava a entrar, entrei e me sentei, então veio uma noite única e cheia de sensações, tudo diferente do que eu já havia sentido, percebi como estou sensibilizada com essa pesquisa.
Muitas crianças, muitos líderes, muitos petynguas, muita gente, muita fumaça e muita vontade de estar ali, de se alimentar da energia contagiante que tinha naquele espaço, lugar sagrado e respeitado por todos. Foi difícil me entregar e conseguir celebrar por inteiro aquele acontecimento com eles, mas a vontade veio, principalmente nos momentos das danças.
O batizado começou, a casa de reza cada vez mais lotada de índios e juruás, depois de um tempo observando o ritual, o William veio me perguntar se eu queria ir lá na frente e receber a benção do pajé, eu não esperava por isso, foi surpreendente e quinze minutos depois eu, Mariana, passei a ser conhecida entre eles como Kunhan Ju, que segundo o Pedro significa Deusa das Estrelas, então meu mundo pequeno começou a enxergar novas possibilidades, novos cheiros, novos sabores e novos olhares.
Pela primeira vez, eu imaginei e senti um pouco da força de Nhanderu, que os moradores da aldeia sempre falam, que está presente em todas as músicas e na vida desse povo. E por mais que eu não tenha conseguido curtir aquele ritual inteiramente, a fumaça me transformou, a terra, o ar, as crianças, os cabelos, algo dentro de mim mudou.
Imagens:
- Terra com marcas dos cuspis dos petynguas
- Um lugar onde as crianças dormiam, parecia um berçário
- Panelas vazias
- Cachorros dormindo do lado de fora, como se tivessem acompanhando
- Fogueira para acender os cachimbos
- Homens separados das mulheres
- Muitas danças e força corporal
- Crianças e adolescentes seguindo a tradição