A crise financeira é um ligeiro mal-estar (em Cisco City, é claro)
26 de maio de 2009Sexta-feira à noite, céu estrelado com uma lua deste tamanho, calor pra caramba, não dá outra: vou tomar uma geladinha lá no bar do Tio. Lotado como de costume, a rapaziada de sempre, no balcão peço uma cerveja e olho pra TV. O noticiário não pára: “Crise econômica Mundial”; “Desemprego cresce” – Empresas ameaçam concordata e falência”. Fico p…, não agüento mais ouvir falar nisso!
O pior é que todo boteco tem técnico de futebol, pescador, cartunista, filósofo e… Comentarista de telejornal! É batata!
O cara do lado, com um humor de palhaço anão (e já tinha tomado várias!) começa a falar:
– Truta, a pegada tá feia memo! E o pior é que tô pra perdê o trampo, o chefe falô que essa parada de crise tá ferrando uma par de firma aí!
– Humm… Sei não… – Respondo com muita má vontade.
E o “analista econômico” continua:
– Só que é o seguinte, mano: Eu vi o Lula rolando um papo na Globo que o Brasil vai ficá de boa. E eu concordo com ele… Aqui é o país do carnaval e do futebol, o povão é alegre, leva tudo na flauta, o jeitinho brasileiro supera tudo, tá ligado?
Não respondi e olhei pra TV novamente, fazendo de conta que não era comigo, e acho que o cara entendeu, deixando-me em paz com minha cerveja, mas o problema é que o “Arnaldo Jabor” estava realmente inspirado, e acabou por fazer de vítima outro indivíduo desavisado que estava ao meu lado, então aproveitei a chance e fui para uma mesa vazia, onde refleti sobre as manchetes televisivas e as “pérolas” da análise do inoportuno comentarista.
“Quais serão os efeitos deste colapso financeiro em Francisco Morato? Aqui parece um país à parte do Brasil, e acho que estamos a salvo já que nos achamos tão longe de tudo!”
“De que maneira o moratense o moratense pode contribuir com o resto do mundo para solucionar os problemas da crise?”
Deixa pra lá esse papo. Quem quer saber de crise mundial? Dá um tempo meu! O bar está lotado,l todo mundo bebendo à vontade, comprando cigarros, jogando bilhar, gastando grana, ou seja, fazendo a roda da economia girar, esse papo de recessão não chegou em Cisco City ainda, pois os espaços de lazer da cidade (bares, botecos, botequins, cabarés e similares) estão sempre abarrotados de consumidores que atendem os apelos da mídia política, a qual convida o povo a consumir sem medo, é a prova de que a população, com seu bom senso cidadão, tem feito sua parte. E bem!
Basta olhar ao redor: o comércio moratense é completo e intenso, as excelentes calçadas, amplas e planejadas, ficam estreitas nos fins de semana, mal dá pra circular entre as barracas de camelôs, e cada vez mais inauguram-se lojas pela cidade (isso gera emprego!); a situação do asfalto na cidade também gera emprego, pois a necessidade de se refazer quase todo o município fará com que surjam novos postos de trabalho em empreiteiras, desde que os munícipes paguem o IPTU integralmente, sem o que a administração pública (tanto a atual como as anteriores) ficam impossibilitadas em dar continuidade aos investimentos em infra-estrutura nos setores de lazer, saúde, saneamento básico e obras públicas.
É por isso que afirmo: numa cidade abençoada como a nossa, onde não há terremotos, furacões e nem tsunamis, não haverá efeito algum da Crise Econômica Mundial.
CUSTE O QUE CUSTAR o povo moratense não deve ficar CALADO quando alguém duvidar da capacidade de nossos dirigentes políticos em conduzir o destino de nossa abençoada cidade, independente da realidade dos telejornais ou programas humorísticos, os quais exploram problemas pontuais apenas pra causar polêmica.
E que não nos esqueçamos jamais: Com crise se cresce (nem que sejam as dívidas), e este é um belo lema para o mês de Maio, o mês do Trabalhador (excetuando-se os que perderam ou perderão seus empregos).
De resto, no fim tudo acaba bem… Ou em pizza. E vivas a Papai Noel!
Fim de papo!
O pior é que todo boteco tem técnico de futebol, pescador, cartunista, filósofo e… Comentarista de telejornal! É batata!
O cara do lado, com um humor de palhaço anão (e já tinha tomado várias!) começa a falar:
– Truta, a pegada tá feia memo! E o pior é que tô pra perdê o trampo, o chefe falô que essa parada de crise tá ferrando uma par de firma aí!
– Humm… Sei não… – Respondo com muita má vontade.
E o “analista econômico” continua:
– Só que é o seguinte, mano: Eu vi o Lula rolando um papo na Globo que o Brasil vai ficá de boa. E eu concordo com ele… Aqui é o país do carnaval e do futebol, o povão é alegre, leva tudo na flauta, o jeitinho brasileiro supera tudo, tá ligado?
Não respondi e olhei pra TV novamente, fazendo de conta que não era comigo, e acho que o cara entendeu, deixando-me em paz com minha cerveja, mas o problema é que o “Arnaldo Jabor” estava realmente inspirado, e acabou por fazer de vítima outro indivíduo desavisado que estava ao meu lado, então aproveitei a chance e fui para uma mesa vazia, onde refleti sobre as manchetes televisivas e as “pérolas” da análise do inoportuno comentarista.
“Quais serão os efeitos deste colapso financeiro em Francisco Morato? Aqui parece um país à parte do Brasil, e acho que estamos a salvo já que nos achamos tão longe de tudo!”
“De que maneira o moratense o moratense pode contribuir com o resto do mundo para solucionar os problemas da crise?”
Deixa pra lá esse papo. Quem quer saber de crise mundial? Dá um tempo meu! O bar está lotado,l todo mundo bebendo à vontade, comprando cigarros, jogando bilhar, gastando grana, ou seja, fazendo a roda da economia girar, esse papo de recessão não chegou em Cisco City ainda, pois os espaços de lazer da cidade (bares, botecos, botequins, cabarés e similares) estão sempre abarrotados de consumidores que atendem os apelos da mídia política, a qual convida o povo a consumir sem medo, é a prova de que a população, com seu bom senso cidadão, tem feito sua parte. E bem!
Basta olhar ao redor: o comércio moratense é completo e intenso, as excelentes calçadas, amplas e planejadas, ficam estreitas nos fins de semana, mal dá pra circular entre as barracas de camelôs, e cada vez mais inauguram-se lojas pela cidade (isso gera emprego!); a situação do asfalto na cidade também gera emprego, pois a necessidade de se refazer quase todo o município fará com que surjam novos postos de trabalho em empreiteiras, desde que os munícipes paguem o IPTU integralmente, sem o que a administração pública (tanto a atual como as anteriores) ficam impossibilitadas em dar continuidade aos investimentos em infra-estrutura nos setores de lazer, saúde, saneamento básico e obras públicas.
É por isso que afirmo: numa cidade abençoada como a nossa, onde não há terremotos, furacões e nem tsunamis, não haverá efeito algum da Crise Econômica Mundial.
CUSTE O QUE CUSTAR o povo moratense não deve ficar CALADO quando alguém duvidar da capacidade de nossos dirigentes políticos em conduzir o destino de nossa abençoada cidade, independente da realidade dos telejornais ou programas humorísticos, os quais exploram problemas pontuais apenas pra causar polêmica.
E que não nos esqueçamos jamais: Com crise se cresce (nem que sejam as dívidas), e este é um belo lema para o mês de Maio, o mês do Trabalhador (excetuando-se os que perderam ou perderão seus empregos).
De resto, no fim tudo acaba bem… Ou em pizza. E vivas a Papai Noel!
Fim de papo!
Por Fábio Souza