O trabalho de manter uma iniciativa como o Ôxe! não guarda somente suor e lágrimas. De vez em quando temos algumas belas surpresas. Eis que fomos surpreendidos recentemente com um simpático convite do pessoal do Pastéis de Vento e Cia. (saiba mais sobre eles aqui). O caso é que em Várzea Paulista (aqui do lado) um novo empreendimento comercial conhecido como Boulevard Villa Inglesa seria inaugurado (saiba mais aqui) e, junto com isso, mais uma loja da franquia. Por ocasião da inauguração, segundo o pessoal do Pasteis de Vento, eles estavam convidando “toda a mídia moratense” para o coquetel de inauguração. Obviamente ficamos muito felizes e surpresos com o convite. Primeiro por que descobrimos que somos parte da mídia moratense e segundo por perceber como alguns empresários, ao contrário da maioria, tem visão e sabem jogar dentro “das regras do jogo” da mídia atualmente. Tudo bem, se trata do bom e velho jabaculê? Sim, se trata, mas de uma maneira mais simpática e (por que não?) mais inteligente. Hoje em dia, coquetéis, brindes e toda sorte de agradinhos e coisas gratuitas são distribuídos às pencas entre os diferentes veículos de mídia para, de algum modo, conquistar a simpatia daqueles que escrevem e algumas críticas positivas. Pois adivinhem só: agora podemos dizer que estamos entre estes e (por que não?) somos formadores de opinião, afinal conseguimos nossa primeira boca livre.
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Visão geral da praça |
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Nossa chegada ao evento |
Já com os preciosos convites da festança em mãos, nos deparamos com o primeiro revés: eram apenas dois. Depois de muito debate a respeito de quem deveria ou não estar presente, com argumentos de todos os lados sobre as qualidades que os qualificavam para tal empreitada, decidimos democraticamente, no melhor estilo “dois ou um”, limar dois desafortunados e saber quem seriam os escolhidos que provariam as iguarias oferecidas em Várzea. Mas não pense que essa seria uma tarefa fácil e repleta apenas de delícias e prazer gastronômico. Conforme previamente acertado entre as partes, os portadores dos convites teriam a difícil missão de fotografar, escrever, achar alguma coisa pra falar mal e, principalmente, conseguir trazer o maior número de quitutes para os outros dois que ficaram para trás. Uma tarefa realmente desafiadora, que somente no local mostraria seu real caráter. Nossos bravos aventureiros, munidos de suprimentos de aguinha (prevenir ainda é melhor que remediar), mapa das redondezas, convites e dois estômagos que não viram nem a cor do almoço, partiram rumo ao desconhecido município de Várzea Paulista numa agradável noite de quinta-feira. É, desconhecido. Temos que confessar que nenhum dos dois escolhidos jamais tinham pisado em terras varzeanas e talvez não fossem as melhores opções. Mas fazer o quê, a sorte escolheu, então que seja!
Depois de cerca de uma hora, de ter se perdido algumas vezes, andado na contramão e atravessado um canteiro central, chegamos ao local da badalada inauguração. É, badalada sim. Pois com um breve reconhecimento do local, pudemos notar que o “baguiu era fino memo”, com direito a luzes piscantes, telão, musiquinha da Sade, peruetes, politiqueiros,fotógrafos amadores e profissionais e um palquinho que, em nossas esperanças, guardavam ainda uma apresentação musical. Eis mais um revés: a quantidade de seguranças que obviamente dificultariam a nossa saída com os quitutes.
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Galera assistindo a “cerimônia” |
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Os infiltrados: foto de turista |
Apesar do nome até meio pomposo, o local se trata de uma espécie de mini-shopping ou uma praça de compras, se levarmos em consideração que se trata de um espaço aberto. Muito bem construído e com instalações novinhas em folha, a construção segue, em linhas gerais, o aspecto dos chalés europeus, o que pode ser um problema ou uma questão de gosto, dependendo de quem olha. O lugar foi bem caprichado e já conta com a maioria das lojas ocupadas e em funcionamento, tendo até pracinha e algum paisagismo, o local é bem agradável. Algum historiador de Várzea poderia nos esclarecer (ou não) o porquê do nome, mas temos a nítida impressão de que se deve a colonização da cidade. Provavelmente por conta da linha férrea. Ou talvez por conta das incontáveis vezes em que repetiram a frase “as famílias tradicionais da cidade”. Este foi outro revés: assim que devidamente aterrissados no coquetel e depois de contatarmos nossos anfitriões do Pastéis de Vento, começou a ficar claro que iria rolar a tradicional miguelagem antes da “cerimônia”. É mais ou menos como festa de aniversário de criança, não rola nada pra comer e beber antes que se entreguem os presentes e que se cante o “parabéns pra você”. Só que neste caso o “parabéns” eram mais de duas horas de conversa. Cantou-se o hino nacional, subiram no palco os proprietários do local, políticos da cidade, pessoas homenageadas, o mestre de cerimônias se atrapalhou na puxação de saco, contou-se toda a história da cidade e das benditas famílias tradicionais e, por fim, quando ficamos sabendo que ainda tinha um padre, que iria abençoar o local, agendado para ter a palavra antes de inaugurarem de fato, soltarem os fogos e o rango; confesso que isso gerou certa tensão entre nós. Com o estômago nas costas e tendo tomado mais da metade da água, na vã esperança de tampar alguns buracos, o futuro começava a nos parecer nublado. Talvez por conta da fraqueza.
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A mesa das iguarias, momentos antes do ataque |
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Não deu pra reisistir! |
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Mas eis que nossos anfitriões veem em nosso socorro (e das demais pessoas presentes), com uma mistura de bom senso, elegância, visão de mercado, humanismo e mini-pasteis de atum com queijo, cheddar e carne. A visão daquela mesa repleta de mini-pasteis, servidos sem miséria, foi como a visão de um oásis em meio ao deserto. E além de tudo, eles eram uma delícia! Nosso contato com tais iguarias nos fizeram esquecer por alguns momentos o falatório sobre as famílias tradicionais e por que o empresário deveria investir na cidade. A mesa colocada do lado de fora da loja do Pastéis de Vento e Cia, o delicioso aroma dos pasteizinhos e nossa movimentação em torno dos quitutes, obviamente, não passaram despercebidos pelos outros convidados. Eles foram chegando aos poucos, um a um pegavam um pastelzinho e sumiam, mas em alguns minutos, uma horda de pessoas bem vestidas e perfumadas se jogaram sobre aquela mesa de gostosuras divinas e a abateram em um piscar de olhos. Pra você ver que não éramos os únicos.
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Nossos anfitriões e salvadores #2 |
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Nossos anfitriões e salvadores #1 |
Enquanto o papo sobre quem chegou primeiro na cidade continuava no palco, íamos pensando em outras formas de conseguirmos resistir até a hora H, quando mais uma vez nossos anfitriões nos resgatam com um simpático convite para conhecermos a loja e batermos um papo regado à deliciosas iguarias de recheio de atum com queijo e fritas na hora. Jeovanna e Tiago são a simpatia em pessoa e nos contavam sobre os altos e baixos de se manter uma das principais, senão a principal, rede de lanchonetes da região. É curioso olhar o que se tornou esta empresa e pensarmos naquela primeira loja que o Sr. Vanderley abriu em Franco da Rocha no começo da década de 90. Ainda mais pensarmos em todo o trabalho e sacrifício necessários para isso. Se alguém contasse isso para você naquela época, você acreditaria? Pois o Sr. Vanderley acreditou e alguns anos, cinco lojas e um centro de distribuição depois, mostram que ele estava certo. Certamente este é mais um exemplo que corrobora algo que sempre defendemos: nossa região está repleta de pessoas talentosas e provavelmente tudo o que elas precisam é de oportunidades e condições favoráveis para crescerem. Não só no que diz respeito a arte e cultura, mas em todas as áreas.
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O fotógrafo ciumento |
Entretidos com o papo, só nos demos conta de que a “cerimônia” continuava lá fora quando ouvimos pipocar os fogos de artifícios que foram seguidos pelo padre que abençoou o local. Por sorte, o padre devia estar com fome também e rapidamente procedeu o benzimento, as placas foram descobertas e fomos finalmente ao coquetel. Coincidência (ou não) o coquetel foi servido no restaurante que recebe o mesmo nome do Boulevard. Queijos de todos os tipo, azeitonas de todas as cores, empadinhas, canapés e outras delícias regadas a frisante Lambrusco, refrigerantes ou chopp, servidos sem miséria pelos garçons que tentavam circular entre a multidão que ocupou o salão do restaurante. Construído todo em madeira e deixando de lado o politicamente correto em tempos de aquecimento global, o restaurante também é muito agradável e fez coro ao tom tradicional de todo o evento. O ponto negativo fica para a falta de uma apresentação musical ao vivo que poderia ter abrilhantado mais a noite. Apesar de estar tudo absolutamente agradável, nada disso se comparou as iguarias dos mini-pasteis que salvaram nossa pele e, obviamente, foram o ponto alto e de referência para apreciarmos todo o resto. Certamente se tivessem substituído os gorgonzolas e afins pelos mini-pasteis da Pastéis de Vento, certamente o coquetel teria sido um sucesso incontestável. Mas você não precisa acreditar nisso, não é?
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Visão geral do coquetel propriamente dito |
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No coquetel: queijos, frisante e outras delícias |
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Detalhe da mesa do coquetel |
Depois de ter ótimos papos, se deliciado com os quitutes do coquetel, o frisante e os fantásticos mini-pasteis, depois de encontrar amigos de infância e vencido a guerra inexistente contra o fotógrafo ciumento que insistia em vazar em nossas imagens; juntamos os quitutes na bolsa e tomamos o rumo de volta para as terras moratenses. Pelo caminho e durante a semana toda, o assunto continuou sendo a expansão dos comércios locais pela região, de como isso também é importante para nossas cidades e como cada vez mais se mostra necessário que os empresários saibam construir valores em torno de suas marcas. Se por um lado é importante termos o crescimento dos negócios na região (que foi a tônica do evento) que pode trazer crescimento financeiro e progresso para cá; por outro lado, o apoio e o crescimento das atividades artístico-culturais contribui com a outra parte, ao ajudar no crescimento de seres humanos melhores e mais felizes, assim como na valorização de marcas, cidades, regiões e iniciativas. Então que venham mais bulevares, mais lojas, empresas e negócios, sem esquecer é claro de trazer junto mais cultura, lazer, educação e, se possível, mais coquetéis, de preferência com muitos e deliciosos mini-pasteis e também uma musiquinha ao vivo que ninguém é de ferro, né!
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Fá com Jeovana e Tiago da Pastéis de Vento |
a cidade pode não ser das melhores, mais tb não é igual a favela que vcs moram, aqui só tem gente elegante e bem vestidas! basta olhar nas fotos para perceber que isso não é um costume dos moratenses, se vestir bem, bjos