Cortador de sisal
28 de agosto de 2011
Oxê mainha
Hoje num vô pro sisá
Seiu bem qui farta farinha
Mais num posso tabaiá
Tô cas mãozinha cheia di calo
Meus pezim tá machucado
A cacunda ainda me dói
Da surra qui o patrão deu
Vixe mainha
Hoje num vô pro sisá
Seiu bem que a sinhá num gosta…
Fale pra Lelinha í no meu lugá
O facão que paim deu
Bote aqui do meu ladim
Aveiz se cansa tomém
De tabaiá o dia interim
Oxê mainha
Hoje num vô pro sisá
Seiu bem qui farta farinha
Mais num posso tabaiá
Minha guela esturricada
Do zói num sai mais lágrima
O corpu num sangra mais
Mainha
Rogue uma preci a Nossa Senhora
Pruque eu to ind’imbora
Cum Deus, nosso Pai, morá
Discurpa mainha
Hoje num vô pro sisá
Fiz este poema em 2.009, após assistir a uma reportagem sobre os meninos do Nordeste, os cortadores de sisal e sua triste sina… É um poema baseado em fatos reais, todavia, o garoto da imagem não é o personagem.