O canto da mamãe
27 de abril de 2012
Ele sempre chega estressado
Chuta o capacho
E diz ser muito macho
Ao deitar, me dá as costas
Ele quase não me nota
Nem pergunta se estou bem
Não tira o prato da mesa
Reclama das despesas
Mas ainda lhe digo “amém”
Sexta-feira tem cervejada
No domingo, a seleção
Tem no escritório, a secretária
E todos os dias, meu coração
Ele sempre chega como um lobo
Chuta o meu sono
E diz ser meu dono
Ao deitar, me alisa as coxas
Ela quase me deixa louca
Nem pergunta se estou bem
Não tira o meu sutiã
Reclama do meu afã
Mas ainda lhe digo “vem”
Faz de mim um ser fútil
Faz de mim o que bem quer
Em seus braços sou mais útil
Em seus braços sou mulher