Somos todos GUARANI-KAIOWÁ!!!

1 de novembro de 2012 0 Por CONPOEMA

O mês de outubro marcou o início de uma onda que vem reverberando nas redes sociais e ruas brasileiras… O estopim para essa onda, que vem gerando uma forte comoção nacional e até internacional, foi a carta publicada pela comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue Mbarakay, em Iguatemi-MS, onde é apresentada a situação da comunidade, que há 1 ano está acampada às margens do Rio Hovy,  e a sua decisão perante a ordem de desocupação das terras emitida pela Justiça Federal. A comunidade (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) anunciou que não deixaria às terras:

“(…) pedimos ao Governo e Justiça Federal
para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para
decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui. Pedimos,
de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total,
além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e
enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais.

Já aguardamos esta decisão da Justiça
Federal, assim, é para decretar a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá
de Pyelito Kue/Mbarakay e para enterrar-nos todos aqui. Visto que
decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem morto e
sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso
território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e
morrendo de modo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem
do rio pela justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um
povo nativo/indígena histórico, decidimos meramente em ser morto
coletivamente aqui. Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão
unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.”
 Essa carta vem circulando na internet e diante dela, pessoas do Brasil inteiro vem se sensibilizando, se posicionando e se mobilizando para exigir do Governo Federal uma posição frente ao genocídio que os povos indígenas brasileiros sofrem desde que o Brasil foi invadido, há 512 anos. Na última terça-feira a Justiça revogou a ordem de expulsão da  comunidade Pyelito Kue Mbarakay, concedendo uma liminar que autoriza os indígenas a permanecerem acampados onde estão, mas isso não resolve o problema. Centenas de povos indígenas aguardam o processo de demarcação de seus territórios, que demora décadas, e enquanto a demarcação não é homologada, as comunidades vão sofrendo com uma série de violências que vão desde a desnutrição infantil e a falta de ter o que comer, até o derramamento de sangue na “guerra declarada” com os latifundiários do MS. E o pior de tudo é que esses povos, não tem a quem recorrer. O governo brasileiro, historicamente, tem sido conivente com o genocídio e a dizimação indígena e consequentemente, nós, povo brasileiro, também temos sido, coniventes e cúmplices.
Os povos indígenas brasileiros vivem em condições precárias em nosso país, mesmo sendo os guardiões de nossa ancestralidade, mesmo sendo os verdadeiros e legítimos donos desse chão. No dia 9 de novembro, diversas manifestações acontecerão em vários lugares do Brasil. A partir das 17h, pessoas de todos os cantos e em todos os cantos se reunirão para se manifestarem e cobrarem uma posição e uma atitude do Governo Brasileiro. E nós, cidadãos brasileiros, descendentes indiretos que somos desses bravos guerreiros, temos a oportunidade de participar e tomar parte dessa ação, seja somando a alguma manifestação que já está marcada, seja organizando uma manifestação em nossa cidade. Manifestemo-nos e depois, joguemos tudo na rede (fotos, vídeos, etc).
Uma outra coisa que está rolando na rede é uma petição online que cobra providências do Governo Federal (pra assinar, clique aqui). Pra acompanhar as principais notícias sobre a campanha SOMOS TODOS GUARANI-KAIOWÁ, clique aqui. Pra saber um pouco mais a respeito da decisão e situação da comunidade Guarani-Kaiowá
de Pyelito Kue/Mbaraka, clique aqui. Outros sites onde podem ser encontradas informações sobre o assunto:

E pra fechar, assista ao vídeo onde uma liderança da comunidade de Pyelito Kue/Mbaraka fala sobre a situação enfrentada pelo seu povo:

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