Pés no chão e energia da pior estirpe!

Pés no chão e energia da pior estirpe!

29 de setembro de 2014 0 Por CONPOEMA
Ontem, dia 28, foi dia
de encerramento do “E(s/x)tirpe – Encontro Para Celebração e
Rito”
, encontro realizado pelo grupo Contadores de Mentira,
nossos parceiros e guerreiros da cultura, que resistem fazendo arte
desde 1995. Desde o dia 10, o grupo está realizando atividades com
outros grupos parceiros, que entendem que fazer teatro, música,
dança e outras manifestações artísticas é um ato político e
temos que enfiar goela adentro daqueles que ignoram os fazedores de
cultura, que rexistem nas periferias de São Paulo.

Nós, do Informativo
Ôxe”
junto com o Teatro Girandolá, chegamos no espaço cedo, esse espaço que foi feito com muito cuidado e delicadeza pelo grupo, com
paredes pintadas e uma decoração linda de se ver. Montamos o cenário
para apresentar o “Ara Pyau – Liturgia Para O Povo
Invisível”
, que foi apresentado às 17h30, na frente do Teatro
Contadores de Mentira, antes disso o grupo Buraco D’oráculo já
tinha apresentado “Ópera do Trabalho” e eles estavam lá,
para ver o espetáculo do Girandolá, que retrata o encontro do grupo
com a comunidade indígena do Jaraguá, o clima da apresentação foi
maravilhoso, com a casinha dos Contadores construída no fundo,
mudando o cenário e energizando a rua.

Depois da apresentação,
as Clarianas nos presentearam com o show musical “GIRANDÊRA – O
canto que precisa ser contado”
, a necessidade do canto é gritante
nas interpretações dessas mulheres lindas e batalhadoras, as canções
arrepiaram toda a plateia, que dançava ao som de “Clariana, forte
como a terra, doce que nem cana” e outras letras significativas.

E pra fechar a noite,
teve muito vinho, entrega e ritual, todos os espectadores vivenciaram
o “RITO V – Transubstanciação: Ritual de Queima da casa e
Banquete”
, onde os integrantes do Contadores de Mentira compartilharam um momento difícil que estão passando, do risco de perder o espaço e queimaram a
casa que foi construída no começo da programação do
“E(s/x)tirpe”, despiram-se e emocionaram todos, que sentiram a
sinceridade e o amor que essas pessoas sentem pelo seu trabalho.
Nossas realidades são parecidas e vivenciar essa noite foi um
presente, que lembraremos pelo resto de nossas vidas. VIVA O
CONTADORES DE MENTIRA,
 uma trupe formada pela pior estirpe das estirpes ruins! Viva Suzano, viva Francisco Morato, Viva
Taboão da Serra, viva Cidade Tiradentes, viva Santo André, vivo São Miguel Paulista, viva
Mogi das Cruzes, viva Ribeirão Preto, viva Presidente Prudente e todos esses lugares que mesmo massacrados pelos
órgãos públicos de cultura, continuam fazendo arte e que, a
despeito de todo o descaso, continuam celebrando e ritualizando seus
trabalhos! Clique aqui e conheça o grupo que organizou esse encontro. Fique com as imagens do espetáculo abaixo: