Queixada ainda vive!!!

Queixada ainda vive!!!

8 de dezembro de 2014 0 Por CONPOEMA

Perus é um bairro cheio de histórias de lutas e conquistas enfrentadas por trabalhadores, uma das histórias mais marcantes é a da Fábrica de Cimento Portland Perus, que teve sua história marcada pela maior greve do Brasil, que durou 7 anos, em plena época de ditadura militar no país. A fábrica encerrou suas atividades em 1987 e desde então, está completamente abandonada, porém desde seu fechamento, moradores da região, ex-operários da fábrica e demais moradores do bairro, tentam transformar o espaço abandonado em um Centro de Lazer, Cultura e Memória do Trabalhador.

Para fortalecer essa luta e reafirmar o desejo de que a fábrica seja ocupada pela cultura, e para que o bairro continue com toda a sua efervescência cultural, o Grupo Pandora de Teatro, em parceria com o Movimento pela reapropriação da Fábrica de Cimento de Perus realizaram o “Ato Artístico Coletivo Cimento Perus”, entre os dias 1º e 6 de dezembro. Foram dias intensos com atividades de grafite, teatro, música, dança, capoeira, intervenção, debates, reunindo mais de 30 atrações.

E o Teatro Girandolá esteve lá no último dia da programação, colorindo os corações peruenses com o espetáculo “Conto de Todas as Cores”, mas antes da apresentação do infantil, os presentes puderam comprar artesanatos indígenas do povo das aldeias do Jaraguá, também tinha um espaço destinado às crianças, com pinturas e brincadeiras. O grupo de teatro EITA Ação Cultural apresentou “Mu’leke Mulelê”, depois teve muito jongo para a galera toda dançar e recarregar as energias para continuar essa luta, em seguida o parceiro Charlis Abraão apresentou suas belas canções. Veja como foi:




No final da tarde, a pequena Lili brincou e mostrou seu mundo de sapecagens para as crianças, que brincaram junto com a história, e para os adultos que puderam se recordar dos velhos tempos da infância, quando podiam brincar o dia todo sem se preocupar com os problemas, a ludicidade do Conto encantou a plateia, que ficou atenta nos 50 minutos de espetáculo. Se encante você também:




E pra encerrar essa noite tão especial para os ativistas culturais de Perus, o Amarelo Marinho subiu no palco e animou o início da noite, que apenas começava, depois dele teve muito rap com o grupo Dragões de Komodo, que foi acompanhado pelos dançarinos do Street Son Crew e outros grupos de rap parceiros. Fechando a programação do Ato Artístico, a banda Aláfia cantou e dançou com a plateia, que vibrou ouvindo suas músicas populares com raízes da cultura negra, que nos fazem refletir sobre a realidade da nossa África periférica. Fique com as imagens:




Esse ato foi mais um marco na história de Perus e nas lutas dos fazedores de cultura por mais espaço para fruir de arte e cultura dentro desses bairros excluídos da megametrópole São Paulo.
#Queixadaaindavive
#PeloUsoPúblicodaFábricadeCimentoPerus