E o “Juquery” foi pra Suzano!
25 de março de 2015No dia 20 de março, o Teatro Girandolá foi lá para Suzano, no Espaço dos Contadores de Mentira, grupo de teatro que nesse dia abriu a programação cultural do ano, esse grupo resiste na periferia de Suzano há 15 anos e tem uma bela história teatral na região do Alto Tietê, clique aqui e saiba mais sobre o pessoal.
Pois bem, o Girandolá saiu de Morato cedinho e passou o dia todo com os integrantes do Contadores, montando a estrutura onde o espetáculo “Juquery: memórias de quase vidas” aconteceria. No final da tarde, uma forte chuva assustou a todos no espaço, mas não impediu que a apresentação acontecesse da melhor maneira.
O espetáculo do Girandolá estreou no final do ano passado, foi construído dentro do Complexo Hospitalar do Juquery, instituição inaugurada em 1898, que foi responsável pela formação de Franco da Rocha e as cidades do entorno, dentro desse complexo, antigamente conhecido como Colônica Agrícola do Juquery, viviam os chamados doentes mentais, pessoas consideradas insanas, por estarem fora dos padrões da época. Hoje ainda vivem no espaço cerca de 140 internos, e é em memória desses pacientes que o Girandolá construiu esse trabalho, colocando em cena fragmentos históricos desses 117 anos de existência. Essa apresentação no Teatro Contadores de Mentira, foi a primeira de muitas que o grupo quer fazer nas regiões distantes de Franco da Rocha, para comparar as reações do público, o grupo quer experienciar com outras pessoas esse processo e ver como ele chega em quem conhece pouco ou quase nada dessa raiz, por isso, o Girandolá vai circular pelo mundo com essas histórias psicopoéticas.
Essa primeira apresentação foi muito significativa, contar histórias fortes em um espaço igualmente forte, que resiste numa cidade como Suzano, que como algumas da nossa região vive no descaso que muitos tem em relação à arte e cultura. O público presente falou de sensações, de vivências, histórias de vida e foi uma troca mais que sensível, o Teatro Girandolá saiu de mais uma apresentação acreditando no poder do teatro e da arte, que faz com que uma história particular da nossa região, caiba em várias situações e acaba sendo uma história universal. Confira abaixo as imagens e no final de abril tem temporada desse espetáculo, novamente em Franco da Rocha, fique ligado no nosso blog e acompanhe a agenda aqui.
Olá Cleiton, o Girandolá e a ConPoeMa agradecem a acolhida no dia, essa apresentação foi muito especial, nos mostra que esse espetáculo acontece em qualquer lugar, não importa onde e nem quantas pessoas estão vendo. Obrigada pelas palavras, sempre significativas pra gente.
Um abraço e até mais!
Podemos dizer a felicidade de encontrar grupos coerentes com sua história, com seus caminhos, com suas convicções. Grupos que furam bloqueios e personalizam sua própria memória com uma dignidade incrível. Choveu muito e o público foi pequeno, mas não foi pequena a postura do Girandolá. Espetáculo sensível que certamente nos revela um trabalho de grupo que vai além de um espetáculo. Há muito movimento em tudo que este grupo está fazendo. Há muito giro na atitude deste trabalho. Parabéns sem fazer alarde. Porque está além do barulho. É um trabalho lento e silencioso. Com a força e a maturidade que vi neste trabalho.