A nossa poesia resiste
12 de julho de 2017Nós temos criado espaços para existirmos, para sermos em nossa plenitude, rasgando nosso peito, pois nós não nos contentaremos com a realidade que querem nos imprimir, e mesmo com tudo ruindo, nós insistiremos em ser poesia.
No último sábado aconteceu mais um Sarau CONPOEMA, em Francisco Morato, com a participação de muitas crianças e jovens, as crianças apreciavam a beleza da palavra, se divertindo com as criações inusitadas dos livros, vê-las ali nos alegra e nos faz pensar no mundo que queremos ter, pois nós queríamos mesmo que essa pudesse ser também a prática em suas casas, na escola e na rua, que não lhe faltassem uma palavra de conforto, que não lhe falassem aos berros, que a elas não fosse negada a fala, que elas sempre tivessem estímulo pra imaginação, que pudessem mesmo só pensar em brincar, rimar e criar, não queríamos que lhe fossem roubados seus direitos.
Mas é só avançar um pouco a idade, e não precisa muito, já vemos as palavras mudando, uma menina, que depois dançaria chiquititas, pois não devia passar dos 13 anos, recitou uma poesia de sua prima, que falava sobre a violência policial nas periferias.
E o Zine Poesias do Fronte, do mês, também contou com poesias, sempre contundentes, do jovem poeta Cosme Aparecido, que narra histórias de meninos que entram pro crime ou que vivem à margem da sociedade e coloca o ponto de vista daqueles que vivem nos morros em evidência, falando das faltas de oportunidades, dos preconceitos, e de toda a opressão sofrida.
Mas lá no sarau também teve espaço pro respiro, pro sorriso, pro afeto, porque a gente se afeta mesmo com o que a gente vê e vive, e lá a gente compartilhou as coisas boas, e das ruins a gente fez verso, mesmo que doído.
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O sarau CONPOEMA está contemplado pelo ProAC Saraus e acontece sempre no segundo sábado de cada mês, participe!
Outras informações: 4488-8524