O que você tem pra nos dizer sobre a Ponte Seca?

No ano em que o Teatro Girandolá completa 10 anos de atuação, o grupo estreará seu sétimo espetáculo. Com o projeto Mitologias de uma Ponte Seca, contemplado pelo ProAC editais, o grupo está produzindo um espetáculo para rua, que tem como principal espaço de pesquisa e criação, o calçadão em frente a Ponte Seca. Os ensaios acontecem às segundas e quintas-feiras, e os artistas já construíram uma importante relação com os comerciantes do local, que se divertem com a presença do grupo, e são essenciais para o processo, colaborando com a cessão de banheiro, além de contarem suas histórias e até mesmo juntarem material (como tampinhas de garrafa) para a feitura do figurino, por exemplo. Além dos ensaios e das conversas espontâneas com o público passante, o grupo também visitou a atual feira do rolo, que anteriormente funcionava na ponte seca, e também alguns bairros atingidos pelas recentes enchentes, para aprofundar a pesquisa. Além disso, o Girandolá tem realizado intervenções dentro da Ponte Seca como forma de sensibilizar e criar relação com os passantes, e coletar informações para o processo. A primeira intervenção aconteceu ano passado, quando os artistas do grupo iluminaram o local com velas, cantaram e acompanharam a travessia dos transeuntes, a segunda, aconteceu no carnaval de 2017, em que formado o bloco Piratas da Ponte Seca, os atores experimentaram seus personagens, criaram e cantaram marchinhas relacionadas ao universo do espetáculo, e a última, aconteceu neste sábado, dia 08. Cartazes em branco foram espalhados pelas paredes da Ponte Seca, e os personagens convidavam os passantes para escreverem o que achavam do local, seus sentimentos sobre ele, e também seus desejos. A maioria passava apressada, mas muitos queriam registrar ali sua relação com aquele lugar, dar sugestões e pensar numa maneira daquele ser um lugar melhor de se estar: “Descaso”, ” horrível”, “Perigoso”, “Ponte molhada, quando chove, enche d’água”, “Precisa de iluminação”, eram a maioria dos escritos, mas também havia quem entendia aquele, como um espaço histórico da cidade e que devia ser um ponto turístico. Os papeis foram fotografados por nós, para guardarmos o registro, mas quem passou por lá posteriormente, pôde ler o que os moradores da cidade acham de lá.
Além disso, na entrada da ponte seca, havia um microfone pra quem quisesse, pudesse contar uma história ou até mesmo declarar seu amor pelo espaço.
Isso seria possível? Declarar o amor pela Ponte Seca? O que você teria dito se tivesse passado por lá?
Conte-nos por aqui o que você sente pela Ponte Seca, e contribua com o processo.
Se estiver passando pelo local, às segundas e quintas de manhã, não estranhe se avistar algumas pessoas pulando corda, cantando, dançando ou encenando, é o Teatro que está Girandolá!

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