informativo Nº 5 julho – 2010

21 de julho de 2010 0 Por Gilberto Araujo

Salve! Salve!
Ufa! Junho foi um mês de correria para nós… Comemoramos 3 anos de Girandolá e 1 ano de Informativo Ôxe! e Espaço Girandolá. Fizemos isto realizando ensaio aberto do nosso novo trabalho, chamando amigos para palestrar na nossa casa, trazendo as crianças da comunidade para brincar… enfim, de maneiras que evidenciam para nós mesmos e para esta nossa cidade onde moramos o quanto queremos permanecer e vicejar, afirmando o lugar do artista na cidade chamada dormitório. Logo abaixo vocês lerão pequenos depoimentos dos atores do Girandolá a respeito dos momentos mais significativos desta programação, a qual chamamos Oxandolá [In]Festa.

André Arruda sobre as apresentações de teatro da programação

Muito bem, o Teatro Girandolá e o informativo Ôxe completaram aniversário. Este último, o primeiro, aquele, seu já terceiro ano de existência. Comemoraram com uma vasta programação que contou com a participação de muita gente boa, tanto para interpretar, cantar, palestrar, expor suas obras, cuidar dos bastidores para que tudo corresse bem, como também, e talvez principalmente, aqueles que ali estiveram para prestigiar os acontecidos.
[+/-] Continue lendo

No que diz respeito à arte do teatro, para a qual fui convidado a escrever estas linhas, dentro dessa programação estiveram presentes o próprio Teatro Girandolá, apresentando o já bastante conhecido Conto de todas as cores e também Aruê; seu novo trabalho, que foi levado a público de forma parcial, uma vez que é ainda um processo em construção; e o Teatro em Carne e Osso, com Cordel do amor sem fim, escrito por Claudia Sampaio Barral, que tive o prazer de dirigir.
Integrante que sou desses dois grupos, quero tratar aqui não das questões estéticas e textuais desses trabalhos, uma vez que quem ali esteve já os constatou e aqueles que não puderam vê-los terão sua oportunidade em futuras apresentações. Quero sim chamar atenção para o seguinte fato: Uma companhia de teatro de uma região, como esta em que vivemos, onde a valorização das coisas que dizem respeito à arte quase não existe, completa três anos de existência, movimentando um espaço próprio

(pequeno ainda, é verdade) no qual organiza, além de seus ensaios e apresentações, encontros com outros artistas locais e convidados da região, que tem seu trabalho reconhecido por parceiros de outras iniciativas louváveis de Francisco Morato e Região; por companhias de teatro da capital que, a convite do Teatro Girandolá, aqui já se apresentaram ou estão em vias de; pelo SESC São Paulo; que já foi contemplada em premiações da Secretaria de Estado da Cultura, que é selecionada para participar de uma mostra de teatro pelos parques da cidade de São Paulo, juntamente de dezenas de outros coletivos teatrais da Capital, além de festivais e mostras que por aí acontecem. Enfim, com todo este trabalho já realizado e outros tantos projetos por realizar, o Teatro Girândola é prova viva de que é possível sim construir, apesar de todos os desafios existentes numa “cidade dormitório”, um histórico de desenvolvimento e acuidade artística.

Gilberto Araújo sobre as palestras da programação

Durante as comemorações de aniversário do Girandolá e Informativo Ôxe!, tivemos a alegria e o prazer de receber em nosso espaço as palestras “O ator brincante” com Dinho Lima Flor e “A criança e o brinquedo” com Rita Roseno – ambos atores do Teatro Vento Forte, grupo com sede na cidade de S. Paulo e que a 37 anos tem na cultura popular inspiração para a criação de seus espetáculos.
[+/-] Continue lendo

Palestras estas, que chamarei aqui de conversas intimistas, pois este foi o clima presente nos dois encontros, estávamos todos ali sentados em roda, atentos e vivos, como se ouvíssemos uma história contada por nossos avós. Não vou me deter aqui na descrição do que esses dois brincantes contaram, mas na sensação de acolhimento e inteireza que suas palavras tamborilaram em nossas mentes naquele momento e certamente ainda reverbera.
Dinho, com simplicidade e generosidade tão próprias e adequadas a um amador de sua arte, falou-nos da beleza de ser brincante; que antes de uma formação teórica, formal existe a essência de suas vivências, de seu contato com as manifestações culturais de sua região, que mesmo muito tempo depois e distante dali e embebido pelos costumes da vida urbana de uma grande metrópole, ainda assim, ele busca o que está no sangue – ou “na alma” como ele próprio enfatiza, e coloca a serviço de seu ofício para construir sua arte e expressão mais viva e orgânica. E contou-nos um caso de um ator brincante que certa vez estava em uma conferência de teatro. Todos eram graduados e discorriam sobre como seus mestrados e doutorados contribuíram para desenvolver suas técnicas, porém na sua vez, esse brincante disse que tudo o que aprendera na vida e o formava como ator foi com uma senhora que brincava o cavalo marinho em uma pequena cidade do interior de Pernambuco.

Rita Roseno, brincante por natureza e educadora por vocação conversou com a gente sobre a presença e o espaço do brincar na vida da criança, do adulto e do ator. A partir de múltiplas imagens das transformações da cultura lúdica em nosso país e como a criança é inserida e afetada nesse contexto; O lugar que ocupa num contexto social específico, o que lhe é proporcionado em todos os sentidos para que possa alimentar o seu brincar, tudo isto permite compreender melhor o espaço e a importância reservados hoje a essa etapa da vida humana: a infância, o brincar. E naquela conversa franca também sobre nós, sobre nossa condição de sonhadores que não encontra mais espaço na atribulada vida de adultos, Rita convidava-nos a uma reflexão sobre a nossa condição de seres humanos em sua mais profunda capacidade de sonhar, criar e recriar um mundo melhor.

Fabia Pierangeli sobre a festa de encerramento
Festa de Oxandolá

Teatro Girandolá, Espaço Girandolá, Informativo Ôxe!, três iniciativas que nasceram na cidade de Francisco Morato e que juntas comemoram seus aniversários durante todo o mês junho, com uma programação cultural variadíssima.
O Teatro Girandolá nasceu no ano de 2007, muito despretensiosamente, quando um grupo de atores resolveram se encontrar uma vez por semana pra exercitar o fazer teatral. No meio de jogos, poesias, textos, risadas e muitos sonhos, surge o primeiro trabalho do grupo, um espetáculo para crianças, o nosso Conto de todas as cores. Um espetáculo que trouxe novos horizontes para aquele grupo despretensioso.
[+/-] Continue lendo

Um espetáculo que fez com que sonhássemos com dias diferentes, dias em que pudéssemos nos dedicar única e exclusivamente para a nossa arte, dias em que tivéssemos nosso próprio espaço físico, dias em que pudéssemos levar nosso trabalho para além dessas fronteiras moratenses, que pudéssemos levar o nome de nossa cidade de maneira positiva por aí.
E três anos depois, podemos dizer que muita coisa está diferente. Hoje temos nosso Espaço Girandolá, que também completou aniversário no mês de junho, 1 ano. Espaço que além de ser nossa sala de ensaios, recebe algumas atividades culturais e também abriga outras iniciativas, a Cia Teatro em Carne e Osso e o Informativo Ôxe!, esse último que também completou 1 ano de existência.
Muitos são os motivos que temos pra comemorar!
Continuar caminhando nessa realidade cultural árida é um desses motivos.
Resistir com poesia, beleza e sonho é um outro motivo.
Saber que estamos sendo reconhecidos através de nossas realizações para além das fronteiras moratenses é um outro motivo.
Nessa tão pequena estrada que começamos a trilhar alcançamos prêmios da Secretaria de Estado da Cultura, do Ministério da Cultura. O Teatro Girandolá circulou com seu espetáculo por 10 cidades do interior paulista, o Informativo Ôxe! é hoje um Ponto de Mídia Livre.
E estamos só no começo!
Por isso, no dia 26 de junho, comemoramos muito, com bolo, cerveja, vinho, muita música e muitas boas companhias. Apagamos as velinhas e fizemos muitos pedidos.

Eduardo Bartolomeu sobre a Oficina Rodopiar

Em meio a tantas dificuldades e alegrias nesta aventura que é fazer teatro em grupo, vez ou outra, Dioniso nos concede alguns presentes que nos deixam até abobados, sem palavras para descrever a experiência. O que as vezes cutucamos na cachola, se projeta como resposta contundente a nossa frente. Falo de uma das atividades nesta nossa programação em comemoração aos 3 anos do Girandolá: a oficina de brincadeiras para crianças.
[+/-] Continue lendo

Constituir um grupo de teatro certamente não é uma missão das mais simples, haja visto que são muitas cabeças, muitas mãos, muitos desejos envolvidos e que precisam encontrar alguma harmonia para não sucumbirem num caos. Neste nosso trilhar do Girandolá corre em nossas veias um desejo de manter um vínculo com a infância. E como fazer isto? Montando sempre peças para crianças? Mantendo um núcleo de estudos de teatro para a infância? Vimos queimando nossos miolos com estas questões que definem a própria organização do dia-a-dia do nosso trabalho e não podem ser tratadas com desprezo.
Institucionalizar um desejo talvez não seja a melhor forma de mantê-lo vivo, aceso nos nossos corações e daí talvez venha esta resposta ao que tem nos preocupado: a infância não está num núcleo de trabalho do grupo, ela perpassa e atravessa toda a nossa identidade enquanto artistas e enquanto coletivo. É mais que um departamento, é um espaço poético, um manancial catalisador.
Mesmo neste momento em que estamos na reta final de ensaios do nosso espetáculo Aruê! ,que não se enquadraria no que chamam de teatro para crianças, percebemos que se queremos sustentar vivo este vínculo com a infância, mesmo dentro deste espetáculo, alguns elementos não podem deixar de existir pra serem convocados num dia único, dentro de um núcleo específico.
Esta manhã de brincadeiras com estas crianças da Vila Suíça depõe sobre estes nossos desejos de caminhar como artistas, sem perder o teatro que é nosso sopro primeiro, sem perder a infância, talvez a boca de onde saia este sopro. Um sopro com sabor de frescor…
Certa vez ouvi que questionado sobre o trabalho do ator, Antunes Filho dizia: é melhor ator aquele que sabe olhar o mundo com os olhos de criança.
Oremos então, com a voz e com as mãos, para manter sempre a casa de dentro e de fora abertas para brincar.

Conto de Todas as Cores no Teatro nos Parques, da Coop. Pta de Teatro

Nosso espetáculo “Conto de todas as cores” vai se aproximando do seu terceiro ano de vida ativa. Durante o segundo semestre de 2010 o espetáculo circulará em parques da cidade de São Paulo, através do Projeto “Teatro nos Parques”, da Cooperativa Paulista de Teatro, com o apoio do Edital Oi de Patrocínios Culturais.

Cia Teatro de Segunda-Feira em temporada no Quilombaque de Perus

Após longo processo de trabalho, eis que nossos amigos da Cia Teatro de Segunda-Feira estréiam “Via Crucis – A paixão nossa de cada dia”. Discutindo a sociedade brasileira de consumo, a peça retrata nossos tempos, jogando luz sobre o trabalho sem sentido e o próprio ofício do teatro. Além da alegria de estrear, um grande contentamento está na escolha do local onde o grupo escolheu para realizar a sua temporada: o espaço da Comunidade Cultural Quilombaque, em Perus. As apresentações seguem até o último sábado de julho, às 20h e a lotação é limitada.

Durante os sábados e domingos do mês de julho, o Teatro Vento Forte apresenta sua mais recente produção: “Os que riem e os que choram”, espetáculo inspirado na obra “O homem que ri”, do francês Victor Hugo, com texto e direção de Ilo Krugli.
Um menino chamado Gwinplaine, deformado para servir de bufão é lançado ao mar e é salvo pelos seres míticos Ondina e Senhor dos Oceanos. Viaja através dos tempos e vem ser mais um destes, que ganha a vida vendendo o que pode nestes faróis das cidades grandes. Neste contexto, vai se unir a um poeta, carroceiro, artista e filósofo, a um cachorro e a uma cega, por quem se apaixona.
Além de abordar a realidade dos nossos tempos, que quer expandir uma idéia de inclusão social a qualquer custo, o trabalho espelha também a realidade daqueles que driblam a fome nos faróis com suas balas, malabares e caixinhas… Vendem um pouco de tudo.
[+/-] Continue lendo

O Teatro Girandolá, grupo moratense, tem buscado uma parceria artística junto ao Vento Forte, tanto que recentemente Dinho Lima Flor e Rita Rozeno, atores do grupo paulistano, estiveram no Espaço em Morato para palestrar sobre teatro, infância e cultura popular. Há também semeado entre os dois grupos uma possibilidade de parceria para um projeto futuro, que consistirá na realização de oficinas de brincadeiras e outras ações culturais em Francisco Morato.

A cada semana de julho, cinco ingressos serão ofertados a moradores de Francisco Morato para assistir “Os que riem e os que choram”. Para adquirir os ingressos é necessário comparecer de segunda à sexta, das 11h as 15h, no Espaço Girandolá (Av. São Paulo, 965 – Vila Suíça).

Serviço
Espetáculo “Os que riem e os que choram”
Texto e direção de Ilo Krugli
Sábados e domingos de Julho, 19h
No Teatro Vento Forte (Av. Brigadeiro Haroldo Veloso, 150 – Itaim Bibi – São Paulo /SP)
R$10,00
Oferta de 5 ingressos por semana a serem retirados no Espaço Girandolá
Mais informações: www.teatroventoforte.com.br

Informativo Ôxe! é contemplado pelo Prêmio Mídia Livre do Minc

Para aqueles que não nos conhecem, nós do Teatro Girandolá, somos amigos e parceiros do Informativo Ôxe!, que é lançado mensalmente em Francisco Morato, nas bancas e na internet. Nos últimos dias, ficamos felizes com a notícia de que o Ôxe! acaba de ser contemplado pelo prêmio Ponto de Mídia Livre, do Ministério da Cultura do Governo Federal. Aqueles que conhecem a realidade do local onde vivemos, sabem que uma conquista desta é de muita importância, primeiramente por ser uma iniciativa sem qualquer apoio do Poder Público local, o que não é exclusividade do Ôxe!… Depois, também é louvável a permanência de projetos, nesta área da imprensa, que reivindiquem sua autonomia, sem o envolvimento ‘rabístico’ com currais politiqueiros. Todos estamos mais que cansados de ler os jornais municipais que não saem da miséria: lamber o Político A/Partido A, ou socar o Político A/Partido A. Por estas e tantas outras, parabéns e vida longa ao Ôxe!!

Oficinas de percussão de viola caipira em Morato, Franco e Caieiras
Para o segundo semestre de 2010, as cidades de Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras receberão o projeto “As mãos que segurei”, um ciclo de oficinas culturais com os artistas do Grupo Encantoria. O projeto, patrocinado pela Elektro através do Proac-ICMS, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, possibilitará a oferta de oficinas gratuitas de percussão e viola caipira no contexto dos ritmos populares brasileiros. À frente do projeto, está o músico Leandro Pfeifer, que já trabalhou em Morato ministrando aulas nos Projetos “Bumba-meu-boi e Educação” e “Bambaê”, da então Superintendência dos Negócios da Educação e Cultura de Francisco Morato. Em Caieiras, as oficinas serão realizadas no Centro Cultural Isaura Neves. Em Franco da Rocha, no Centro Cultural, que será reinaugurado em breve. Já em Morato, o Espaço Girandolá abrirá suas portas para receber as atividades. Muito em breve, publicaremos por aqui informações de como se inscrever e maiores detalhes sobre as oficinas.

Roda de samba “Nó na madeira” Todo final desse mês em Morato
A partir do dia 25 de julho às 15h, até o final do ano, sempre no último domingo de cada mês você poderá apreciar o velho e bom samba de raiz nas rodas de samba do projeto Rua do Samba. O projeto é uma realização da comunidade “Nó na Madeira” e acontecerá na Praça Pompilho Bessa, em frente ao CIC Francisco Morato. Cultura e lazer de graça para quem quiser se achegar.

Girandolá Recebe... até o fim do ano...
Abrir as portas (do coração e da casa) para recebermos realizadores culturais da nossa cidade ou de outras, é o que move o Projeto Girandolá Recebe… Dando continuidade a esta iniciativa, alguns parceiros estão em contato junto ao Teatro Girandolá para virem dar o ar da graça nas terras moratenses. Para o segundo semestre já está confirmada a vinda da Brava Cia, grupo teatral de intensa atuação artística na periferia de São Paulo.

Sábado com feijoada no Espaço Girandolá
Dia 14 de agosto, a partir das 11h o Teatro Girandolá servirá uma deliciosa feijoada no Espaço Girandolá. O almoço é parte da estratégia de aproximar a comunidade do trabalho do grupo e está sendo organizado para arrecadar fundos para a produção do novo espetáculo: Aruê!. Os convites já estão sendo vendidos pela pechincha de R$10,00 que dá direito ao almoço e a uma caipirinha.
O Espaço Girandolá fica na Av. São Paulo, 965 – Vila Suíça – Francisco Morato.