Primeiro passos

Primeiro passos

14 de julho de 2013 0 Por Gilberto Araujo
Pesquisar a história do Complexo Hospitalar do Juqueri é uma forma de mergulhar na história da formação de nossa região e esse mergulho, é um desejo que acompanha de longa data os artistas do Teatro Girandolá. Ensaiamos uma aproximação com essa história e com o Hospital já há algum tempo, mas foi só no início de 2012 que demos um passo, de fato, para que essa aproximação acontecesse.
Procuramos a direção do Hospital e contamos desse nosso desejo. Felizmente, fomos super bem recebidos e nos foi permitido iniciarmos lá, dentro dos prédios carregados de tantas histórias, uma pesquisa para a criação de um novo espetáculo teatral. E no final de 2012 demos início ao projeto “Histórias que o Juquery conta”. Esse projeto prevê uma série de ações, tanto dentro como fora do Hospital. São ações que nos colocarão em contato com a história do Juqueri e da formação da cidade de Franco da Rocha, que nos colocarão em contato direto com os pacientes e funcionários do Hospital, e também com a população de Franco da Rocha.
E as primeiras ações já começaram… Recentemente começamos a fazer visitas ao Hospital, para conversar com pacientes e funcionários, e também, para desenvolver atividades artísticas de convivência, o que tem nos possibilitado observar e participar do dia a dia deles, ouvir suas histórias, e conhecer um pouquinho mais do universo do hospital.
Essas visitas tem se tornado cada vez mais ricas e estimulantes, por nos mostrarem muito além do que até hoje só tínhamos visto nos livros, ou melhor, por nos mostrar o que não iriamos nunca encontrar em pesquisas teóricas – os olhares, os sorrisos, os abraços afetuosos, o desejo de expressão, de falar do que pensam e sentem.
A primeira atividade artística que levamos até o Juqueri foi a apresentação do nosso espetáculo infantil “Conto de todas as cores”. Nessa apresentação percebemos o quanto os pacientes gostavam dos momentos de interação, dos momentos musicais e isso nos despertou o desejo de realizar uma atividade onde eles também podem se expressar, onde eles pudessem protagonizar e foi aí que tivemos a ideia de fazer um Sarau por lá.
E no dia 18 de abril, levamos o Sarau CONPOEMA para dentro da unidade onde são desenvolvidas oficinas culturais com os pacientes e o quepudemos ver foram senhores e senhoras expressivos, cheios de vontade de se comunicar, que tem dentro de si a brincadeira, a música, a dança, e que encontraram no Sarau um espaço para botar tudo isso para fora. A arte tem essa magia, ela nos liberta! Vivemos nesse dia momentos descontraídos, de alegria, mesmo para aqueles que ficaram apenas assistindo. Quem quis pode desenhar, cantar, dançar, recitar poesia ou apenas permanecer ali, para sentir-se parte de um todo. Saímos de lá muito felizes com o dia, encantados com a troca queaconteceu naquele local, e com a certeza de que teremos muitos outros encontros intensos e cheios de muito aprendizado.