O CEU é um espaço de resistência
14 de dezembro de 2015O grupo gestor do CEU das Artes de Francisco Morato tem ido mensalmente até o equipamento, para acompanhar as condições físicas e as evoluções do prédio, e também para estar junto à comunidade, conhecendo seus anseios e vendo sua relação com o local.
É o grupo gestor, que é composto também pela comunidade civil organizada, que promove o OCUPACEU, levando atividades artísticas e de lazer, estimulando a visitação do público ao prédio, ainda que não inaugurado.
Oficinas, shows e espetáculos de teatro já passaram pelo CEU desde agosto de 2014, no último sábado, dia 12, aconteceu a última atividade de 2015, que contou com uma oficina de sensibilização, que se utilizou da sabedoria e tradição africana para criar vínculo com os presentes. Foi através da construção de bonecas negras, as Abayomi*, que a arte-educadora Silvia Sapucaia se aproximou de crianças e jovens, para falar a respeito da história do Brasil e da resistência negra.
A boneca, construída artesanalmente com retalhos, é feita sem nenhuma costura, podendo ser feita por crianças facilmente. Assim como nos ensinou a Silvia, as Abayomis são feitas para serem presentes, como um símbolo de proteção para o presenteado, e a cada nó no corpo da boneca, um pedido é feito, transformando-a em um amuleto.
Meninas e meninos tiveram contato com a ancestralidade africana, construíram suas Abayomi e saíram do CEU cheios de bons pensamentos para o ano de 2016. Confira abaixo as fotos:
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*O termo Abayomi, significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim. As bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.
No ano que vem teremos mais ocupações artísticas no CEU, teremos mais momentos de compartilhamento de saberes, e faremos juntos mais, daquele, um espaço de luta e resistência.
Mais informações: 44888524