A história por trás de “O semeador” de Vincent van Gogh

A história por trás de “O semeador” de Vincent van Gogh

16 de março de 2014 1 Por Gilberto Araujo
O semeador , junho de 1888 – Museu Kröller-Müller – Holanda

Um amigo, Tiago H. Cardoso, me mostrou a pintura acima, dizendo da beleza do amarelo do céu e me lembrei da história por trás desse belíssimo quadro que também compartilho aqui:Van Gogh, tinha alguns pintores como mestres, dos quais sempre fazia reproduções como estudo e também por admiração à sua arte. Pois bem, um deles era Millet, que tem uma obra de semeador e que VG, adorava, mas apenas tinha visto uma reprodução no final dos anos 1870, e tentou várias vezes fazer sua versão, pois via aquela figura como portadora de uma mensagem de esperança. Ele disse algo mais ou menos assim na época “Estou tentando pintar este semeador a tanto tempo, mas nunca consigo. Estou quase com medo dele”.

O pintor em sua maneira de trabalhar (também chamado
de O pintor na estrada para Tarascon, 1888 – destruída

Nos anos 80 fez algumas versões, mas que não se comparam com esta, embora o semeador apareça quase na mesma posição. Até que, finalmente, em 1888, inspirado pela angústia e luta com Gauguin e Theo em relação ao destino da Casa Amarela, ele conseguiu registrar sua confiança no futuro pintando esta mensagem de esperança, de uma forma diferente, mesclando mais influências, como os evangelhos de Blanc e Chevreul e Delacroix com seu Cristo no mar da Galileia: o resultado foi um símbolo de calma e serenidade, em meio a tempestade e à adversidade que vivia naquele momento da vida. VG tentou explicar dessa forma: “Estou tentando chegar a algo profundamente confrangido e, portanto, profundamente confrangedor”.

E a história não termina por aí, pouco tempo depois disso ele pintou um autorretrato “O pintor na estrada para Tarascon” que mostra-o caminhando determinadamente nesta estrada, levando consigo seus apetrechos de pintura, as suas sementes de esperança, como um semeador. Ele acreditava que pintar é como semear e ansiava pela época da colheita, em outras palavras, pelo reconhecimento de sua arte.
Como indicado na legenda, infelizmente, em 1945, esta obra foi destruída pelo fogo em um ataque aéreo americano no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial. Na época a pintura fazia parte da coleção particular de Koyata Yamamoto. Diz-se que a pintura tinha uma moldura tão grande que dificultou bastante a remoção da parede após o incêndio.No final da década de 1950 e início dos anos 1960, o pintor Irlandês Francis Bacon, Fez um vasto estudo sobre as obras de Van Gogh, e pintou uma série de variações de quadro “O pintor na estrada para Tarascon” . Inicialmente as pinturas eram muito escuras no tom, mas em 1957 ele criou seis versões que estão cheias de luz e cor.Van Gogh tem mais de 2000 obras produzidas e, com exceção de obras que o próprio pintor destruiu no início da carreira, apenas seis delas foram registradas como destruídas até hoje, a maioria delas durante a Segunda Guerra Mundial, como “O pintor na estrada para Tarascon”. Hoje, a maioria de suas obras são muito bem preservadas em museus e coleções particulares mundo afora.