Oxandolá 2014

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Mais um ano e lá vamos nós para a quinta edição de nossa comemoração de aniversário. E pra variar, nem churrascada, muito menos bebedeira: nós vamos mesmo é de arte e cultura na quebrada!
O Oxandolá [In]Festa, você sabe: é nossa comemoração de aniversário. Do Informativo Ôxe! e do Teatro Girandolá. Uma comemoração que nasceu do ajuntamento dessas duas iniciativas que decidiram comemorar juntas seu aniversário (coincidência ou não, as duas nasceram em Junho; o Ôxe! em 2009 e o Girandolá em 2007). O festival de artes integradas Oxandolá [In] Festa é um modo de firmar mais ainda nosso pé aqui, de recarregar as energias e, principalmente, celebrar. É, celebrar! Pois há muito para celebrar, principalmente o fato de duas iniciativas culturais de nossa região continuarem sobrevivendo, apesar de todas as adversidades de nosso país e região. Celebrar também todo o trabalho realizado ao longo do ano, os frutos que vemos aos pouco brotarem e em especial tudo o que nos reserva o futuro. E que modo melhor de comemorar isso do que com arte e cultura, misturadas com protagonismo social, ativismo e cidadania, juntando tudo e distribuindo para todos que quiserem?
Pois é, a gente acha que não tem jeito melhor. E isso a tal ponto que já é da própria identidade do festival a conexão, a mistura e união que vem desde o nome (Ôxe+Girandolá=Oxandolá). E essa mistura tem dado um bom caldo. Nesse ano, assim como nos dois anos anteriores, conseguimos que nosso projeto fosse contemplado e apoiado com recursos do Programa de Ação Cultural – ProAC – da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, além de conseguirmos manter e ampliar outras parcerias importantes. Não só isso: ano a ano as positivas experiências vão se acumulando; resultando no amadurecimento dessa iniciativa e fortalecimento de um espaço simbólico. Mais ideias, mais gente, mais experiências, mais arte, mais cultura que atrai mais gente, gera mais ideias, experiências, arte, cultura e muito mais, num círculo virtuoso. Desse modo, dividindo e juntando que a cada ano vamos ampliando a ideia, aperfeiçoando fazeres e melhorando nosso entendimento e ação de como modificar positivamente nossa realidade cultural.
É assim que, ano após ano, vamos trazendo pequenas novidades e mudanças que tem colaborado para tornarmos, cada vez mais, nossa comemoração de aniversário mais edificante, positiva e democrática. E esse ano em especial nosso festival de artes integradas está repleto de novidades. Pra começar, este ano, levaremos o festival para Francisco Morato e Franco da Rocha, realizando as atividades paralelamente nas duas cidades. Numa região como a nossa, em que somente a imaginação e o bairrismo das pessoas nos separam (especialmente as camadas mais desfavorecidas), vivemos realidades muito parecidas, principalmente no que diz respeito às questões culturais. Então, não faz sentido restringirmos nossa já tradicional atuação na região a uma única cidade. Além do que sendo moradores, cidadãos e fazedores de cultura dessas duas cidades temos uma ligação afetiva com elas.
Outra grande novidade foi que, ao contrário de anos anteriores, neste decidimos ao invés de convidar grupos e artistas a participarem do festival, abrirmos a chance para que qualquer interessado pudesse se inscrever e se candidatar a uma vaga. Para isso, primeiro ministramos duas oficinas de elaboração de projetos, afim de dar uma base para as pessoas se inscreverem. Na sequência lançamos editais para que as pessoas pudessem se inscrever. Desse modo, acreditamos deixar mais democrático o processo de seleção da programação e melhorar a (re)distribuição dos recursos empregados na realização do festival, assim como o apoio ao trabalho desses trabalhadores da cultura. Em se tratando da utilização de verbas públicas, esta questão nos parece muito importante.
Por fim, mas não menos importante, neste ano, aumentamos o leque de linguagens que o festival atende, tendo uma presença mais forte das artes plásticas (representada pelo grafite) e abrindo espaço para a dança que ao lado da música, das oficinas de formação e do teatro irão compor a programação. Com isso, além de aumentar a gama de público e artistas atingidos pelo festival, aumentamos também o nível de interação e de mistura das linguagens que quase em sua maioria acontecerão em pares nos diferentes dias. Assim esperamos contribuir para a aproximação das diferentes linguagens e artistas e provocar a reflexão de que, apesar das diferenças de cada tipo de expressão, somos todos parte de um mesmo fazer cultural de um mesmo modo de entender a vida.
No entanto, não deixamos de lado o que alcançamos até agora, de modo que estarão presentes também o democrático espaço do sarau e das apresentações de rua, a gratuidade de todas as ações, o concurso de poesias, as oficinas de formação, as atividades para as crianças de todas as idades e principalmente nossa alegria em comemorar mais um ano. Vamos assim, aos pouco, juntando mais e mais coisas e engrossando esse caldo artístico-cultural, disponibilizando e replicando as oportunidades e procurando seguir o sábio conselho que o poeta Sérgio Vaz nos deu em uma edição anterior: “tem que estar ali, dando sopa”! Mas não se engane (como não nos enganamos também): isso é apenas o começo! Há ainda muito trabalho por fazer, muitas coisas a mudar e, principalmente, muitas cabeças ainda a [In]Festar com nossa festa.
Apesar do entendimento equivocado do que seja tudo isso e do mimimi acomodado de algumas pessoas em nossa região, que infelizmente também já vai ficando tradicional e do qual vez ou outra somos alvo, todas estas mudanças e processo já vão se mostrando muito gratificantes e acertados. Avançamos, apesar de tudo. E, se por um lado contribuímos para o avanço da questão cultural em nossa região, muito mais recebemos em troca (pessoal e profissionalmente) e, a cada edição, vai crescendo o festival e nós vamos crescendo junto com ele também.
Nesse quinto ano de Oxandolá [In]Festa, essa provavelmente é a maior marca dessa edição e daí vem a escolha do mote: (R)Existência. Em outro projeto do Girandolá, junto às aldeias Guarani no Jaraguá, uma das grandes lições aprendidas com eles foi que existir já é uma forma de resistir. Incorporamos essa lição e assim temos resistido nesses cinco anos: existindo, nos fortalecendo, crescendo e nos desenvolvendo para fazer frente ao que o mundo venha a nos apresentar. Mais que isso, trabalhamos para realizar e manter o festival, mas ele também nos mantêm e alimenta, nos abastecendo para mais um ano de luta, arte e cultura. E essa já vai se mostrando a grande marca do Oxandolá [In]Festa 2014.
Por outro lado, historicamente, a grande marca das comemorações do Oxandolá [In]Festa é mesmo a gratidão. Gratidão por podermos fazer algo que amamos, por nos permitir crescer como seres humanos todo dia e nosso trabalho poder trazer coisas bacanas para as outras pessoas. Gratidão por nos permitir tomar contato com dezenas de outras iniciativas e grupos, diferentes trabalhos e muitas coisas em comum com os 170 artistas e grupos que se inscreveram de todo o estado, alguns de nossa região, e até de fora dele aos quais somos absolutamente agradecidos pelo interesse, pela iniciativa e resistência em suas comunidades.
Mas acima de tudo, nossa maior gratidão a você que colabora, faz parte, ajuda, contribui, prestigia, acompanha, fortalece, incentiva, vai, ouve, assiste, aplaude, recita, pinta, atua, toca, participa, doa, se-vira-nos-trinta, compartilha, curte, comenta, vota e se envolve direta ou indiretamente com qualquer um dos nossos projetos. A todos vocês nosso maior OBRIGADO! Vocês certamente são uma das partes mais importantes disso tudo.

Programação:
10 de maio (sáb) – Espaço Girandolá
16h – Espetáculo teatral para crianças “La Maga Sargantana”, com Cia Los Últimos de Teatro (Argentina)
19h – (De) bate-papo: Auto-gestão e não violência, com Moisés Matto (Espanha)

11 de maio (dom) – Secretaria de Cultura Francisco Morato (Espaço Ballet)
15h – Show com G.R.A.D.I e convidados e graffitagem com os artistas: Mosko, Brinho e Kareca, de Franco da Rocha; Arno e Léo Mendes, de São Paulo; Mut, de Embu das Artes; e Rafael Boneco
19h – Sarau CONPOEMA

De 12 a 16 de maio – Espaço Girandolá
Curso: Introdução ao Teatro da Escuta
Coordenado por Moisés Mato
De 12 a 16 de maio, das 8 às 12h
No Espaço Girandolá
Inscrições até 05 de maio
pelo telefone 4488-8524 ou pelo e-mail mariana@teatrogirandola.com.br
Número de vagas: 10

16 de maio (sex) – Centro Cultural Newton Gomes de Sá (Franco da Rocha)
20h – Encontro de dança, com os grupos: Fatos, Rumos Cia de Dança, Cia de Dança Franco da Rocha, Cia da Vila e Denis Fumagali, Adriana Fumagali e Thaissa Santos
17 de maio (sáb) – no Espaço Girandolá (Francisco Morato)
14h – Oficina de musicalização, ministrada pelo brincante, músico, cantor, e diretor musical do espetáculo, Meyson, a fim de compartilhar a pesquisa e construção musical d’O Incrível Homem Pelo Avesso.
Direcionada para músicos e demais interessados.
Inscrições pelo email: meire@teatrogirandola.com.br
Na Secretaria de Cultura Francisco Morato (Espaço Ballet)
19h – Contadores de Mentira, com o espetáculo teatral “O incrível homem pelo avesso”
80 lugares / 150 minutos / 12 anos
22 de maio (qui) – Hospital Psiquiátrico do Juqueri (Franco da Rocha)
10h – Escambos piscopoéticos com Teatro Girandolá (apresentando cenas de seu novo espetáculo) e convidados que falarão da formação da cidade de Franco da Rocha e do Hospital Psiquiátrico do Juqueri.
23 de maio (sex) – Hospital Psiquiátrico do Juqueri (Franco da Rocha)
9h30 – Apresentação Virado no Siri

23 de maio (sex) – CIC Francisco Morato
20h – Fórum livre de cultura

24 de maio (sáb) – no Boulevard Giuliano Cechetinni (Franco da Rocha)
20h – Teatro de Caixeiros, com a intervenção “Viajantes”
21h30 – Banda Tupi (banda)

30 de maio (sex) – no Boulevard Giuliano Cechetinni (Franco da Rocha)
20h – Pombas Urbanas, com o espetáculo teatral de rua “Histórias para serem contadas”, seguido de bate-papo
21h30 – Amarelo Marinho (banda)

31 de maio (sáb) – CIC Francisco Morato
18h – Infinita Companhia, com o espetáculo “Dia los muertos”
20h – Charlis Abraão (voz e violão)

1 de junho (dom) – no Boulevard Giuliano Cechetinni (Franco da Rocha)
19h – Sinos Cia de Teatro e Coletivo Shakespeare Livre, com o espetáculo teatral “A incrível história do Rei Lear”, seguido de bate-papo
20h30 – Yá Verás!

6 de junho (sex) – Espaço Girandolá (Francisco Morato)
19h – Pauta Aberta do Informativo Ôxe!

7 de junho (sáb) – Centro Cultural Newton Gomes de Sá (Franco da Rocha)
15h – GRADI e grafitagem
19h – Sarau ConPoeMa, com premiação do 4º concurso de poesias “Professor Aparecido Roberto Tonellotti”

8 de junho (dom) – Centro Cultural Newton Gomes de Sá (Franco da Rocha)
15h – Cia Lona de Retalhos, com o espetáculo teatral para crianças “Esperando Gordô” (Santo André) – Centro Cultural Newton Gomes de Sá

8 de junho (dom) – Em frente ao CIC Francisco Morato
15h – Exposição fotográfica sobre a trajetória da Trupe Olho da Rua
17h – Vivência em teatro de rua com a Trupe Olho da Rua (Santos)
19h – Apresentação Trupe Olho da Rua, com o espetáculo teatral de rua “Arrumadinho”

O Festival conta com o apoio do ProAC Festivais, da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, e das Secretarias de Cultura das cidades de Franco da Rocha e Francisco Morato.
A Realização do evento é do Teatro Girandolá, da Ôxe! Produtora Comunitária e da Associação Cultural CONPOEMA.

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