Sinopse

21 de agosto de 2011 0 Por Gilberto Araujo
Na quadrilha da Padilha,
Só não entra quem não quer.
Ela é Maria Padilha,
Maria Molambo,
Maria Mulher.
(Ponto cantado no espetáculo ensinado ao grupo pelo ogã Felipe da Casa de Umbanda Caboclo Sete Flechas)
O espetáculo “Aruê!” é o segundo trabalho do Teatro Girandolá, direcionado ao público adulto, estreou em dezembro de 2010 no Ponto de Cultura Quilombaque, no bairro de Perus – SP.
Aruê! é uma história inventada pelo Teatro Girandolá através do cruzamento entre Barba Azul, um conto francês e Amapola, história de vida de uma Pombagira, que os atores ouviram da boca da própria entidade em uma festa de terreiro.
Para a realização desse trabalho o grupo bebeu na fonte da cultura popular brasileira, se inspirando no universo mítico das Pombagiras, para celebrar o feminino selvagem.
A opressão ao feminino e a descriminação à mulher, recorrente em toda história da humanidade, é o núcleo desse trabalho.
Quem neste mundo nunca ouviu dizer?
Quem neste mundo nunca ouviu falar?
De uma menina que mora naquela estrada
Ela tem sua morada sob o clarão do luar.
(Ponto da Umbanda cantado no espetáculo)
Qual é a morada destas meninas feitas prostitutas no calor deste mundo, com tantas estradas bifurcadas, com tantas pedras que fazem doer os pés?
São três portas. Três histórias. Três atores atravessando ruas e encruzilhadas. Nestas encruzilhadas mostram-se e misturam-se personagens de um antigo conto francês – o Barba Azul – e da história de vida de uma menina leiloada num cabaré e acolhida por
Maria Padilha, mãe das meninas da vida.
Com este trabalho, o Teatro Girandolá celebra o feminino selvagem na figura das perigosas e misteriosas Pombagiras, figuras cativas do imaginário popular.